Dominância à Hora da Refeição

Nos livros que leio sobre cães que referem o tema da dominância, verifico que há um conselho comum: na hora da refeição dos cães os humanos devem comer primeiro e só depois servir os cães.
Por exemplo, a mãe serve uma gamela com ração para cada cão e um prato com uma bolacha para cada membro da família. Depois cada humano (a mãe, o pai, os filhos) come a sua bolacha do seu prato e, no fim, as gamelas dos cães são colocadas no chão para que estes se possam saciar.
Mesmo antes de saber mais sobre comportamento canino, este exemplo parecia-me muito complicado. Nunca o tentei pôr em prática e não me arrependo disso.
Para contraponto, vou dar-vos o exemplo da técnica do meu namorado. Não digo que seja o procedimento correcto, provavelmente não é, mas eu adoro e os resultados são excelentes!
Ele começa por ir comprar comida para os humanos e para os animais. Depois cozinha para todos, por exemplo, frango no forno com batatas fritas para os humanos, miúdos de frango cozidos para os cães e pescada cozida para os gatos.
Serve os animais primeiro, o petisco dos cães misturado com ração, o petisco dos gatos em pires em cima da bancada de preferência com um individual por baixo que ele gosta de mordomias e acha que os gatos também apreciam…
Enquanto os bichos comem, põe a mesa, acende as velas, abre o vinho…
Quando nos sentamos à mesa, os gatos estão em cima do sofá a lamber as patas e os cães estão deitados no chão, de barriga cheia a fechar os olhos de sono. Não incomodam, não pedincham comida, apenas nos regalam os olhos com o seu ar de animais satisfeitos.
Como disse, não será o procedimento correcto, mas adoro o resultado: todos desfrutamos de uma excelente refeição e eu não me importo de lavar a loiça!

Adorei

Mandaram-me este vídeo por mail e adorei...

Biscoitos de Fígado para Cão

Suryah - participante no seminário e amante de biscoitos de fígado


A Ana Paula levou para o seminário os seus famosos biscoitos de fígado. Fizeram tanto sucesso entre os cães que todos lhe pedimos a receita e ela deu--me autorização para partilhá-la convosco.




Treats de Fígado

1 Kg de Fígado
200 grs Flocos de Aveia integrais
1 a 2 Cabeças de Alho

Triturar o fígado na Picadora, juntamente com o alho descascado.
Misturar com os flocos de aveia.
Em tabuleiro, previamente forrado com papel vegetal, espalhar como se fosse uma bolacha gigante, e levar ao forno, +/- 25/30’ (dependendo do tipo de forno e temperatura)
Depois de arrefecer, partir em pedacitos.

SUGESTÃO : Manter os cães afastados da cozinha enquanto confeccionam, pelo menos nas primeiras vezes… O cheiro costuma deixá-los DEMASIADO interessados


Petspace

Uma amiga, companheira de luta pelos animais em risco, conseguiu concretizar um dos seus sonhos: abrir uma loja de cuidados e serviços para animais de estimação. Tem alguns serviços inovadores, a par dos habituais: transporte, entrega de ração, banhos e tosquias...
Eu desejo-lhe os maiores sucessos porque ela merece. Boa sorte, Ane!

Clara e a Leitura


A Clara é a minha princesa, de todas as crianças da família é a mais especial.
Por vezes, tenho a oportunidade de a ir deitar e de lhe ler uma das nossas histórias preferidas, “Rapunzel” ou “A Bruxa Mimi”.
A última vez que a fui deitar, a Clara anunciou-me orgulhosamente que seria ela a ler e pegou no seu livro de leitura para meninos que estão a aprender a ler. Abriu o livro na página da letra “M” e juntou as letras devagarinho, uma por uma, até formarem sílabas e, depois, formarem palavras; má, mala, miau…
Cada palavra reconhecida era uma alegria, uma vitória.
Recordei-me do primeiro livro que li, “Nody no País dos Brinquedos”, do esforço que foi juntar sílabas para formar palavras e palavras para formar frases.
Ainda o livro não ia a meio e já me custava muito menos, a leitura era mais fluente e podia avançar rapidamente para saber o que ia acontecer a seguir.
Foi uma boa recordação, vinda directamente da infância para a idade mais que adulta. A razão de a partilhar convosco é porque tem tudo a ver com treino de cães.
Ensinar um cão exige o mesmo nível de paciência e perseverança que aprender a ler, tanto para o “treinador” como para o cão. Imaginem dois seres que falam linguagens completamente diferentes e querem comunicar; entender o outro e fazer-se entender por ele.
Os primeiros passos são os mais difíceis. O cão não entende o que queremos dele e nós não temos maneira de o transmitir…
Lembro-me perfeitamente de ensinar o Manuel a sentar. Ele não se sentava por nada deste mundo! Usei todos os truques do manual; levantar o biscoito por cima da cabeça dele, ele recuava; fazê-lo encostar a uma parede, ele virava-se… Nada! Ficámos a olhar um para o outro e os olhos dele pareciam perguntar-me: - O que é que tenho de fazer para comer o biscoito?
Eu respondia: - Senta, Manuel, senta… Mas a única palavra que ele reconhecia era “Manuel” e continuava a olhar para mim a perguntar: - O que é que tu queres que eu faça?
Eventualmente sentou-se (provavelmente por cansaço).
- Toma, Manuel, come o teu biscoito, tu mereces. É exactamente isso que quero que faças!
Outro biscoito, outra troca de olhares… Desta vez demorou menos, ele é um cão muito esperto e estava muito motivado.
Depois aprendi que esta técnica de treino se chama capturar o comportamento, mas na altura não sabia. Só sabia que queria ensinar o Manuel a sentar e ele parecia que tinha molas nas patas, não parava quieto, não sentava nada!
Hoje senta-se mesmo sem eu pedir. É a maneira dele dizer:
- Olha para mim! Estou a portar-me tão bem! Acho que mereço um bocado dessa sandes que tu estás a comer, não achas?

Depois de o Manuel aprender a sentar, foi mais fácil ensinar-lhe outras coisas. Tínhamos construído uma plataforma de entendimento; um espaço em que há uma regra clara para ambos: eu peço-lhe para fazer algo (deitar, ir buscar a bola, largar), ele faz e recebe uma recompensa. Simples!
Fazendo o paralelo com a leitura, eu e o Manuel já conseguimos formar palavras. Agora estamos a tentar formar frases. Coisas simples; dá uma pata, depois a outra, outra vez a primeira…
Ensinar um cão é como aprender a ler. Ao princípio exige muito esforço, depois fica cada vez mais fácil e, uma vez aprendido, fica para sempre e facilita-nos muito a vida!

Dominância

A questão da dominância nos cães é frequentemente referida sem que haja uma clara definição do que consiste ser dominante.
Uma amiga diz que considerará o seu cão dominante no dia em que ele pagar a renda de casa, conduzir o carro e fizer as compras no supermercado. Eu rio-me e respondo:
- Quem me dera que os meus cães me dominassem! Nem precisavam de me dominar totalmente. Bastava que pagassem a renda que já me sentiria muito feliz!
Brincadeiras à parte, este é um assunto muito sério que aparece frequentemente tratado com alguma leviandade.
Ainda ontem li num site qualquer, um conselho para os donos dos cães nunca se deixarem dominar por eles, nomeadamente nunca se baixando para não ficarem ao nível do cão.
Como sou amante de cães de porte grande, pensei logo nos pobres coitados que vivem com dogues alemães; nunca poderiam descansar sentados no sofá com receio que os cães se levantassem e ficassem ao mesmo nível!
E o que dizer de quando a Spring e eu nos deitamos as duas, lado a lado, abraçadas uma à outra? Ela lambe-me as mãos e a cara, eu afago-lhe o pelo… Será que ela me está a dominar? Estarei a ser dominada? Deverei colocar a cabeça debaixo de uma almofada para ficar num nível superior ao dela?Todas estas questões me parecem ridículas. Aliás, em toda a minha convivência com cães nunca coloquei a questão de dominar ou ser dominada. As únicas questões que coloco são se os cães estão bem ou o que é que posso fazer para que se sintam felizes. Podem parecer perguntas básicas mas, para mim, são as únicas essenciais e posso testemunhar que, ao longo do tempo, têm sido suficientes para relacionamentos muito gratificantes.

Os Participantes do Seminário

























Todas estas fotos são da autoria do António, a quem muito agradeço não só pelas óptimas fotos, mas também pela sua contribuição indespensável para a realização do seminário.






Desejo de Aniversário

Faço anos (muitos) na próxima segunda-feira. Gostava de ter uma prenda grande e branca... Sei lá! Se me oferecerem um automóvel ou um apartamento no Algarve também fico contente, mas o que gostava mesmo, mesmo era de uma prenda branca e grande, com manchas pequeninas nas orelhas, que me lambesse a cara e as mãos e que me abraçasse como se eu fosse a pessoa mais importante do mundo!

O Referendo Suíço

Da Suíça conheço os chocolates. Imagino paisagens de montes cobertos de neve e vales verdes onde pastam melancólicas manadas. Imagino cidades, muito organizadas, muito limpas...
Se podemos definir um povo pela forma como trata os animais, considero que os suíços são bastante civilizados, apesar de terem votado contra no referendo sobre a criação de advogados para os animais.

Seminário - lista de material para domingo

  • Trela e coleira (Não traga estranguladora, coleira de bicos ou coleira de choques, só serão admitidas coleiras normais, peitorais ou haltis)
  • Comida (traga comida que não seja comida seca, use salsicha, queijo, frango cozido, fígado cozido e/ou uma mistura de tudo- NÃO USE COMIDA SECA)
  • Clicker (se tiver clicker traga-o consigo, senão providenciaremos um para o dia)
  • Sacos para apanhar as fezes do seu cão acaso ele fizer algo
  • Vasilha e água
  • Um brinquedo que o seu cão goste (pode ser uma bola, corda de puxar, etc… o preferido dele)
  • Uma toalha caso seja necessário limpar o cão

"Sempre que um cão sai das minhas mãos para uma nova família, desejo que o tratem tão bem, ou ainda melhor, que eu. Desejo que compreendam que o cão não entra na suas vidas para os fazer felizes, mas, inversamente, a ideia é eles fazerem feliz o cão."