"Marley e Eu"


Ontem vi o filme na televisão. Claro que chorei baba e ranho na cena em que o cão morre.
Na parte em que levam o Marley às aulas de treino não sei se tive mais vontade de rir ou de chorar. É que a treinadora fez tudo o que não se deve fazer. Claro que o resultado tinha de ser mau!
Bem sei que é só um filme, mas cenas destas repetem-se na vida real. Treinadores que pedem ao cão para sentar, antes de lhe ensinar o que significa sentar, que enchem a boca com teorias da dominância e usam o termo “alpha” a torto e a direito, que tentam dominar os cães pela força…
Infelizmente, quando se procura ajuda para ensinar um cão, temos grandes hipóteses de receber este tipo de aconselhamento. Já vi acontecer tantas vezes que até dói!
Já me aconteceu a mim! Estava desesperada com o Martin, um cão de tamanho gigante que me arrastava pela trela. Perdi a conta às vezes que me estatelei no cão, nas minhas pernas as nódoas negras competiam com os arranhões e esfoladelas por cada centímetro quadrado de pele. Levá-lo à rua era um stress. Quanto mais me custava, menos vontade tinha de o passear, e quanto menos o passeava, mais complicados eram os passeios.
Um dia, depois de ser arrastada durante uns metros pelo Martin, ele parou a cheirar um canteiro e, no chão, estava um folheto de um treinador. Mal cheguei a casa liguei para ele. Não pensei se havia mais que uma teoria sobre treino de cães, não me interroguei sobre os métodos desse treinador, não fiz juízos de valor, não fui crítica. Estava desesperada e só queria poder passear o cão sem cair.
Hoje sei melhor!
Compreendo que o desespero e a frustração podem levar a escolhas cegas, compreendo perfeitamente. É por isso que sou uma chata que bate e insiste na mesma tecla sempre que tenho oportunidade; antes de escolherem o treinador, escolham o método de treino!
Acho que foi num site de um treinador positivo que li um comentário do autor do livro “Marley e Eu” em que ele dizia que se tivesse tido acesso a esse conhecimento antes, teria poupado muitos problemas na vida, claro que também não teria escrito o livro!

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"Sempre que um cão sai das minhas mãos para uma nova família, desejo que o tratem tão bem, ou ainda melhor, que eu. Desejo que compreendam que o cão não entra na suas vidas para os fazer felizes, mas, inversamente, a ideia é eles fazerem feliz o cão."