Capítulo 1
A D. Maria, personagem saída da minha imaginação, regressava a casa depois de um dia de trabalho. Metro, comboio, autocarro, todos a abarrotar de gente à hora de ponta, mais os sacos das compras que fizera no intervalo do almoço, as meias salpicadas de lama, o guarda-chuva, a chuva, o vento… Felizmente estava a chegar, só mais dois quarteirões e estaria em casa, descalçaria os sapatos molhados, atiraria os sacos para a bancada da cozinha, despiria a roupa húmida e entraria numa banheira cheia de água quente. Só mais dois quarteirões…
Não sei se por acaso ou por acção de algum deus menos distraído, o olhar da D. Maria desviou-se das poças de chuva do passeio e pousou num ser desgraçado que se encolhia e tremia de frio num canteiro sem flores. Um cão! Ou melhor, o que restava de um cão. A pele, sem pelo, mostrava todos os ossos, os olhos remelosos fitavam a D. Maria como que se despede da vida.
Ora, a D. Maria nunca tinha convivido com cães, em criança insistira com os pais para que lhe dessem um, mas sem sucesso, e, naquele momento, a única coisa que queria era chegar a casa e meter-se num banho.
Talvez fosse por se ver confrontada com um ser que dava todos os sinais de se sentir ainda pior que ela própria ou talvez fosse mesmo por acção divina, o certo é que o milagre aconteceu.
A D. Maria segurou o guarda-chuva entre o pescoço e o ombro, transferiu as compras de um saco para os outros e, com o saco vazio, meio receosa, meio a sentir que não sabia o que estava a fazer, pegou no cão encharcado, encostou-o ao peito e seguiu para casa.
A D. Maria, personagem saída da minha imaginação, regressava a casa depois de um dia de trabalho. Metro, comboio, autocarro, todos a abarrotar de gente à hora de ponta, mais os sacos das compras que fizera no intervalo do almoço, as meias salpicadas de lama, o guarda-chuva, a chuva, o vento… Felizmente estava a chegar, só mais dois quarteirões e estaria em casa, descalçaria os sapatos molhados, atiraria os sacos para a bancada da cozinha, despiria a roupa húmida e entraria numa banheira cheia de água quente. Só mais dois quarteirões…
Não sei se por acaso ou por acção de algum deus menos distraído, o olhar da D. Maria desviou-se das poças de chuva do passeio e pousou num ser desgraçado que se encolhia e tremia de frio num canteiro sem flores. Um cão! Ou melhor, o que restava de um cão. A pele, sem pelo, mostrava todos os ossos, os olhos remelosos fitavam a D. Maria como que se despede da vida.
Ora, a D. Maria nunca tinha convivido com cães, em criança insistira com os pais para que lhe dessem um, mas sem sucesso, e, naquele momento, a única coisa que queria era chegar a casa e meter-se num banho.
Talvez fosse por se ver confrontada com um ser que dava todos os sinais de se sentir ainda pior que ela própria ou talvez fosse mesmo por acção divina, o certo é que o milagre aconteceu.
A D. Maria segurou o guarda-chuva entre o pescoço e o ombro, transferiu as compras de um saco para os outros e, com o saco vazio, meio receosa, meio a sentir que não sabia o que estava a fazer, pegou no cão encharcado, encostou-o ao peito e seguiu para casa.
Um comentário:
Muito boa história ainda há gente assim mesmo na vida real pouca mas boas...!
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