Capítulo 6
A D. Maria tem uma qualidade muito importante que merece ser realçada: empatia, ela percebe instintivamente que todos os cães são o seu Prince, que todos têm as mesmas necessidades e sentimentos. Não é como alguns “donos” de cães que vemos por aí, a passear o seu cãozinho pela trela e a distribuir pontapés por todos os cães de rua que ousam aproximar-se do seu bichinho!
Sendo assim, a D. Maria socorreu a cadela e os seus filhotes com a mesma determinação com que se empenha a fazer feliz o seu Prince.
Nessa noite, a casa da D. Maria ficou mais pequena; uma cama grande para a mãe e filhos, mantas, toalhas, jornais espalhados pelo chão da cozinha. Recebeu os novos hóspedes com muito mais confiança que recebera o Prince. Afinal já é perita em cães; tem ração e desparasitantes em casa, tem o número do veterinário memorizado no telemóvel, tem alguma experiência e amor é o que não lhe falta.
Finalmente, a D. Maria senta-se no sofá da sala. Suspira. Os cães estão tratados, domem e ressonam com a barriga cheia. Sabe bem ouvir a sua respiração.
Por hoje, já está, tudo tratado. Pode ir deita-se e dormir descansada. Mas amanhã? Como é que vai ser? Não sabe. Mas a D. Maria é uma mulher metódica e sabe que não vale a pena antecipar os problemas. Levanta-se e vai para a cama. Amanhã, logo se vê.

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"Sempre que um cão sai das minhas mãos para uma nova família, desejo que o tratem tão bem, ou ainda melhor, que eu. Desejo que compreendam que o cão não entra na suas vidas para os fazer felizes, mas, inversamente, a ideia é eles fazerem feliz o cão."