Boo e as Regras da Casa


Cá em casa, os cães têm livre acesso desde que cumpram a regra básica da higiene: não fazer as necessidades em casa. Assim, a Boo pode entrar e sair sempre que quer, geralmente anda atrás de mim e gosta de estar onde eu estou. O que é óptimo porque ela é uma excelente companhia. Os residentes já estão habituados a mim e podem estar a dormir no escritório ou no pátio enquanto estou na cozinha a preparar o jantar. Mas a Boo, não. Se estou na cozinha, ela está na cozinha comigo, se estou na sala, ela deita-se ao lado do sofá, se estou a tomar duche, ela senta-se na casa de banho…
A única divisão onde não gosto que ela entre é o meu quarto, porque é o reino da minha gata e a Cosca, apesar de os tolerar, não gosta muito de cães. A Boo percebe perfeitamente e fica à porta do quarto a olhar para mim enquanto faço a cama.
O escritório também era interdito à Boo, não por mim, mas porque a Girassol, quando a Boo entrava, fazia um som, não chegava a ser rosnar, mas a mensagem era clara: “este espaço é meu e tu não és bem-vinda”. A Boo ficava à porta a olhar para mim durante um bocado, depois ia deitar-se na “cama” dela na sala.
Hoje a Girassol aceitou, pela primeira vez, a presença da Boo no escritório. Agora estou no computador enquanto a Boo dorme aos meus pés, a Girassol dorme no sofá vermelho e o Google ressona no colchão dele.
Daqui a pouco, desligo o computador e vou deitar-me. Penso que a Boo se retirará comigo e irá para o sítio habitual dela, que é um tapete que coloquei ao lado do sofá.
Bons sonhos para todos.
"Sempre que um cão sai das minhas mãos para uma nova família, desejo que o tratem tão bem, ou ainda melhor, que eu. Desejo que compreendam que o cão não entra na suas vidas para os fazer felizes, mas, inversamente, a ideia é eles fazerem feliz o cão."