Os Números (parte 2)


Querem falar de dignidade? Querem mesmo falar de dignidade?
Onde é que está a dignidade? Olhem para a realidade, para os cães que vivem acorrentados, que vivem nas ruas, que morrem à fome, de doenças, atropelados… Onde está a dignidade dessas vidas?
Acham bem um cão fugir atrás de uma cadela com o cio, correndo o risco de ser atropelado, envolvendo-se em lutas, ficando ferido? Pois, mas está “inteiro”! Inteiro? Ficou sem um bocado de uma orelha, tem um lanho num olho, coxeia de uma pata… Está inteiro?
Cães que vivem em abrigos anos e anos, por vezes, toda uma vida. Onde está a dignidade?
A esterilização/castração não é uma forma das pessoas que dedicam a vida aos animais terem menos trabalho. Não é um lobby para enriquecimento dos médicos veterinários.
É a forma de proporcionar aos cães e gatos maior qualidade de vida. É a única forma de combater o flagelo do excesso de população de cães e gatos.
Tudo me parece tão óbvio que me falham as forças para argumentar mais… No entanto, se subsistirem questões, por favor, sintam-se à vontade para as colocar. Terei todo o gosto em tentar responder.

Os Números (parte 1)


Sou membro de um grupo chamado Animais em Portugal que reúne pessoas interessadas em ajudar animais em risco. Escusado será dizer que os apelos são mais que muitos e vêem de norte a sul do país, incluindo as regiões autónomas dos Açores e Madeira.
A grande maioria dos membros são pessoas com elevados padrões de qualidade em relação ao modo como os animais devem ser tratados, mas, em centenas de pessoas, encontram-se sempre uns… como hei-de dizer?
Eu explico: há algum tempo surgiu uma discussão em que alguns “membros” se insurgiam contra a “mania” que nós (todos os outros membros) temos de aconselhar e praticar a esterilização/castração de cães e gatos.
Que as operações são contra natura, traumáticas para os animais e que se nós gostássemos realmente dos animais dávamo-nos ao trabalho de separar as fêmeas dos machos na altura do cio. No fundo, a ideia era que os chamados “amigos dos animais” praticavam a esterilização/castração para não terem a maçada de controlar os animais durante o cio e, também, outra ideia singular, enriquecer os veterinários!
Achei estes argumentos tão tolos, tão desfasados da realidade que nem me dei ao incómodo de participar na discussão. Nem teria voltado a pensar no assunto, não fora ter-me deparado com os mesmos argumentos nuns comentários que fizeram a um texto que uma associação de protecção de animais publicou no Facebook.
Que os cães e gatos nasceram para viver livre e inteiros, que a castração lhes retira vivacidade e dignidade, que provoca obesidade, que, se gostassem mesmo de animais, não os enclausurariam em apartamentos, e por aí fora.
Posso responder que aqui em casa vivem duas cadelas e três cães, todos castrados/esterilizados e felizes. Se acham que são obesos, que vivem uma vida indigna ou que não têm vivacidade e energia, venham cá conhecê-los! Eu mostro!
Posso responder que o Manuel, a Girassol, o Google e tantos outros, antes de viverem aqui, viviam num apartamento e que eram mais felizes a viver comigo num apartamento que nas ruas ou nas associações de onde vieram.
Mas não quero dar respostas pontuais. Acho que é necessário encarar o problema de frente, afinal de que é que estamos a falar? De cães e gatos, é claro. Mas quantos?
Li um artigo que estimava em cerca de 11000 os cães e gatos recolhidos em associações de protecção animal e centros de recolha oficiais, vulgo, canis municipais. A estes acrescem os cães e gatos errantes, cujo número não está contabilizado mas não será exagero considerar que são cerca de quatro vezes mais. Portanto, cerca de 44000 animais errantes.
Não estão incluídos os animais “com dono” que é uma expressão que detesto; não sou dona de nenhum animal, sou responsável que é uma coisa completamente diferente!
Esses são os que vivem em apartamentos, em quintas, em varandas, em marquises, acorrentados a casotas, acorrentados a qualquer lado sem sequer uma casota para abrigo… Enfim, uma infinidade de situações.
(continua…)

O Cão da Vizinha

O meu vizinho, aquele que tinha um cão que sofria com dores, mudou de casa. O cão foi eutanasiado. Ainda bem, que o sofrimento era muito!
Entretanto, veio outra pessoa morar para aqui. É uma mulher jovem que decidiu sair da cidade e vir viver em contacto com a natureza. Sinto bastantes afinidades com ela.
Tenho muita sorte em ter uma vizinha assim, que também adora animais, e que me mima imenso, oferece-me flores e chocolates. Eu retribuo com sopa, passeios no campo e partilhando a minha ignorância sobre hortas… Faço o que posso!
Ela vive com um cão, talvez perdigueiro, que é maravilhoso! Tem os olhos mais doces que já vi! Nota-se que teve uma vida difícil, tem as patas marcadas por cicatrizes e penso que terá sido cão de caçador; mas, aos poucos, vai recuperando a confiança nas pessoas e está cada vez mais “saído da casca”.
De vez em quando, a minha vizinha tem de se ausentar em trabalho e eu ganho a oportunidade de ficar com o cão. Agora ele está lá fora, no pátio, com o Manuel e o Talibocas, a marcar o território e a destruir os canteiros… Mais logo, havemos de ir dar um grande passeio pelo campo.

Brasil

No Rio Grande do Sul, Justiça manda vizinho pagar R$ 20 mil por morte de cão

Fonte: O Globo -
http://migre.me/wbVa
PORTO ALEGRE - A Justiça de Porto Alegre condenou um homem a pagar R$ 20 mil de indenização a uma família pela morte de um cão labrador. O homem era vizinho da casa e degolou o animal. Ainda cabe recurso à sentença assinada pelo juiz Régis de Oliveira Montenegro Barbosa, da 18ª Vara Cível de Porto Alegre, em primeira instância.
O cão Elvis tinha 10 anos quando foi encontrado morto em frente à fazenda da família, em Sentinela do Sul, em novembro de 2007. Quem avisou foi o próprio réu: o agropecuarista Santiago Brasil da Veiga, que telefonou para o capataz da propriedade do advogado Alfredo de Mello Gomes da Rocha e contou que havia sacrificado o animal. Tudo porque, segundo ele, Elvis havia matado 12 ovelhas e ferido outras seis de seu rebanho, em um único ataque, horas antes. O agropecuarista chegou a entrar com um processo na Justiça contra a família do dono do labrador, exigindo indenização pela morte das ovelhas, mas o caso foi julgado improcedente, por falta de provas. Os donos garantem que, além de manso e acostumado a brincar com as crianças, Elvis era idoso e sequer teria energia suficiente para atacar um rebanho.
Um dos agravantes considerados pelo magistrado foi o fato de o autor também ter degolado a cadela de outra vizinha, que tinha menos de 20 centímetros de altura e se chamava Pituxa, no mesmo dia.
Em sua sentença, o juiz salientou que a medida tem um cunho pedagógico, "de modo que, ao mesmo tempo que pune o agressor, visa a impeli-lo de praticar a conduta de forma reiterada".
Ao questionar a prática, o juiz salienta que, "mesmo que o animal tivesse, de fato, atacado os ovinos, tal atitude proveniente de um ser irracional, que age de forma instintiva, não justificaria a atrocidade perpetrada pelo demandado, detentor de racionalidade."
A família pretende doar o valor da indenização a uma organização que cuide de animais abandonados. - A gente não queria o valor, queríamos a condenação e o reconhecimento do crime, para que este fato não ficasse em vão. Acreditamos que o juiz ficou sensibilizado pela crueldade - disse o também advogado Marcelo Hugo da Rocha, filho de Alfredo e um dos donos de Elvis.
O advogado de defesa, Eduardo Telechea, afirma que irá recorrer.
- No campo, é comum a prática de sacrificar animais que tiveram contato com sangue, porque depois não se consegue contê-los. A degola não foi por crueldade - afirmou Telechea.
Para a diretora do Movimento Gaúcho de Defesa Animal, Maria Luiza Nunes, a decisão é um marco, pelo alto valor da indenização, e merece ser comemorada:
- Nunca vi um valor tão alto envolvendo animais. Isso mostra que a consciência vem crescendo, para acabar com essa violência - elogiou.
Entenda o caso
- Novembro de 2007: no dia 15, depois de 12 ovelhas aparecerem mortas em sua propriedade, o agropecuarista Santiago Brasil da Veiga apanha o labrador e o degola com uma faca
- Março de 2008: o dono das ovelhas entra com um processo na Justiça de Tapes contra a família do dono do labrador, pedindo indenização. Ele exigia uma reparação equivalente a 495 ovelhas
- Setembro de 2008: a ação é julgada improcedente - Setembro de 2009: a família do dono do labrador entra com processo pedindo indenização por danos morais pela morte do cão.
- Março de 2010: no dia 31, a Justiça condena o agropecuarista a pagar R$ 20 mil de indenização

Receita de Biscoitos de Frango

Treats de Frango

1 Kg de Carne limpa de Frango
200 grs Granulado de soja fina
1 a 2 Cabeças de Alho
1 mini linguiça ou chouricito
2 colheres de leite em pó

Triturar o frango na Picadora, juntamente com o alho descascado e linguiça
Misturar com o granulado de soja, previamente demolhado.
Envolver com o leite em pó (uso leite de substituição p cahorro), para ajudar a ligar a massa.
Em tabuleiro, previamente forrado com papel vegetal, espalhar como se fosse uma bolacha gigante, e levar ao forno, +/- 25/30’ (dependendo do tipo de forno e temperatura)
Depois de arrefecer, partir em pedacitos.

SUGESTÃO : Manter os cães afastados da cozinha enquanto confeccionam, pelo menos nas primeiras vezes… O cheiro costuma deixá-los DEMASIADO interessados

Spike, o caça-moscas


O Spike veio passar as férias da Páscoa na Casa do Pinhal. É um pouco receoso dos outros cães, mas adora-me! Vive colado a mim. Desde que eu esteja, ele está bem. E estou sempre com ele, excepto à noite.
Quando me deito, o Spike fica um bocadinho a chorar e a arranhar a porta do meu quarto. Depois ladra, muito zangado, mas acaba por ir para a sala, para a cama dele.
De madrugada, antes de o sol nascer, já está a arranhar a minha porta. Quer companhia, quer ir à rua…
Noutro dia saí com ele de robe e chinelos, nem quis saber. Devo ter feito uma bonita figura! Felizmente, acho que ninguém me viu!
Quando não está deitado aos meus pés ou sentado a meu lado, o Spike dedica-se à sua actividade favorita: caçar moscas! Eu agradeço e sei que vou sentir a falta dele no Verão, quando as moscas atacarem em força. Quem sabe não o peço emprestado?

Leilão de Aniversário


Hoje este blogue faz um ano! Parabéns a todos nós que fazemos parte deste projecto, seja escrevendo, enviando fotos ou lendo e comentando!
Os números são impressionantes: 362 postes, quase 10 000 visitas e mais de 50 seguidores! Obrigada a todos!
Para celebrar resolvi organizar um leilão de um Halti tamanho grande, novinho em folha.
A base de licitação é sete europets e os licitadores apresentam as suas propostas na caixa de comentários e enviam-me um email com os seus dados para envio postal. Boa?
As licitações estão abertas até 9 de Maio.

Primeiro Aniversário

É amanhã que este blogue completa um ano de existência! O tempo passou a correr, não é? Tantas histórias, tantos cães...
Aceito sugestões de comemoração e tenho preparada uma pequena... lembrança!

12 Razões pelas quais vou participar na Marcha-Protesto contra a tauromaquia e todos os maus-tratos aos animais, no próximo dia 10 de Abril, pelas 14



No dia 10 de Abril vou sair à rua porque:

1. Sinto ser fundamental dever de todo o ser humano ser solidário com todos os seres sencientes, em especial os que mais sofrem e os mais indefesos, humanos ou não-humanos.

2. Considero o especismo - a discriminação, opressão e instrumentalização de seres de espécie diferente - tão repugnante e injustificável como o racismo, o esclavagismo e o sexismo. E estou farto de viver num mundo onde se considera normal que um número imenso de seres, iguais a mim na capacidade de sentirem dor, prazer e emoções, seja quotidiana, sistemática e desnecessariamente sacrificado para a alimentação, o vestuário e o divertimento cruel dos humanos. Estou farto de viver num mundo de holocausto encoberto e silenciado.

3. Considero que a luta pela libertação dos animais é inseparável da luta pela libertação dos homens de todas as formas de opressão e exploração e que podem e devem ser travadas em simultâneo.

4. Considero que lutar pelos direitos dos animais torna os homens melhores, mais conscientes, sensíveis e generosos, individual e colectivamente.

5. Considero que maltratar os animais ofende não só as vítimas mas também os agressores, no mínimo degradando-os enquanto seres humanos. Conforme vários estudos demonstram, violentar os animais predispõe para violentar os humanos. Saio portanto à rua pelo bem de todos, vítimas e agressores, num espírito não-violento.

6. Quero melhorar o meu país e o mundo e lutar para que em Portugal os animais deixem de ser considerados objectos pelo Código Civil. Quero que o seu direito à vida e ao bem-estar seja reconhecido pela lei e que os atentados contra eles sejam efectivamente punidos.

7. Estou farto de viver num país onde, havendo tantas causas nobres e urgentes pelas quais lutar, humanitárias, animalistas e ecológicas, só vejo as multidões moverem-se para encher centros comerciais, estádios de futebol e ouvirem candidatos políticos que, mal eleitos, fazem precisamente o contrário do que prometeram. E estou farto de ver outras multidões aparvalharem-se em frente a programas de televisão medíocres ou distraírem-se das necessidades alheias com prazeres egoístas.

8. Estou farto de viver num país onde todos criticam tudo, mas poucos tomam a iniciativa de serem a diferença que desejam para o mundo. E respeito mas não aceito justificações espirituais e intelectuais para não se agir também no exterior, como se interior e exterior, ou conhecimento e acção, estivessem separados.

9. Acho inadmissível, enquanto cidadão, professor, escritor e agente cultural, que a tauromaquia seja promovida no Conselho Nacional de Cultura, com o dinheiro dos contribuintes, só porque a actual ministra é uma aficionada e leva os seus perniciosos gostos pessoais, bem como os interesses de um lobby minoritário, contrários à sensibilidade da maioria da população, para o exercício de um alto cargo público. Acho escandaloso e um autêntico insulto que a arte de torturar seres pacíficos e indefesos seja equiparada à actividade de todos aqueles que promovem a evolução das mentalidades criando beleza e aumentando a inteligibilidade do mundo.

10. Aprendi com Buda, São Francisco de Assis, Antero de Quental, Gandhi, Agostinho da Silva e o XIV Dalai Lama, entre muitos outros, que todos os seres são igualmente dignos de amor e compaixão e, também como membro e representante da União Budista Portuguesa, da Associação Agostinho da Silva, do Movimento Outro Portugal e do Partido pelos Animais, quero ser fiel ao que tão ilustres mestres e professores me ensinaram.

11. Reconheço a minha imperfeição e quero tornar-me um ser humano melhor, sabendo que não basta vir um dia para a rua, mas que isso é um testemunho fundamental para que o poder político, os órgãos de comunicação social e a opinião pública saibam que há quem não se conforme e que as vítimas mudas e indefesas têm uma voz que as defende.

12. Saio à rua no dia 10 de Abril porque estou farto de viver num país e num mundo dominados por todos os tipos de lobbies, à excepção de um, que quero ajudar a criar: o lobby da consciência ética, da sensibilidade, do amor e da compaixão, que nos faça decidir sempre em prol do bem comum de todos os seres e do equilíbrio ecológico. E saio à rua no dia 10 de Abril porque sei que estas e/ou outras são as tuas razões, amiga/amigo leitor(a), e que lá te encontrarei para caminharmos lado a lado por um mundo melhor para todos, humanos e não-humanos.
Paulo Borges
Lisboa, 3 de Abril de 2010

D. Rafa


A Isabel partilha connosco a história de D. Rafa.

"Há 2 semanas fui adoptada por um cão!Sempre gostei desta expressão, porque acho que mais do que nós escolhermos um animal, eles também nos escolhem a nós.
De manhã, ao chegar ao Hospital, vi um cãozito a tentar entrar junto ao Bloco Operatorio. Tentei afasta-lo, mas ao contrário das outras pessoas, falei baixinho e fiz-lhe festas.Para ele deve ter soado: "Queres vir comigo!"
Passou o dia deitado debaixo da minha secretária, a dormir e já de barriguinha cheia e sede saciada, que tratámos logo disso.Só ficava um pouco aflito quando eu tinha que me ausentar, até uma simples ida ao wc o deixava irrequieto por não me ver ... :)
Claro que não o podia deixar, disseram-me que já andava por ali há uns dias e quase tinha sido atropelado.Meti-o no carro, a caminho do veterinário onde costumo levar o meu Bagus, até para confirmar que não tinha chip, tratar a grande diarreia que tinha e desparasitar, estava cheio de pulgas e carraças!Segundo o Dr. João, parecia estar tudo bem, tem 4-5 meses e deve ser cruzado de podengo com fox terrier. Tem o focinho largo e umas barbichas lindas! Adora andar de carro, mas enjoa ... já percebi que quando fica muito parado, de olhar fixo a olhar para mim, significa: "queres ver o que comi?"
Rapidamente foi adoptado por toda a família, as minhas sobrinhas deliraram com mais um cachorro na família, a minha mãe tratou do frango com arroz, dieta essencial para tratar a diarreia dele e o meu marido que achou que eu estava a brincar quando lhe liguei a contar ficou derretido quando o viu! O nosso labrador, como sempre, também rapidamente cedeu tudo dele, até a cama ... e enquanto jantávamos, estavam os dois debaixo da mesa, com o Bagus a tentar dar-lhe uma bola de tenis... que além de ser maior que a boca do outro ele nem devia saber para que servia. :)
Tentei encontrar o dono - e não vi nenhum anúncio nos locais habituais que pudesse ser relativo a ele - a hipótese seria encontrar alguem que o quisesse adoptar.No entanto, a ligação que criamos foi de tal forma que ao fim de pouco tempo percebi que estava irremediavelmente perdida! Já não o consegui largar ...
Claro que os primeiros dias foram dificeis, ele não estava habituado dentro de casa e a primeira semana não conseguimos dormir uma noite inteira ... ora xixis e cocós, ora ele acordava e queria brincar, por isso vinha ter comigo à cama e dava-me com a patinha ... mas ele aprendeu rapidamente o que significam as idas ao quintal. :)
Mas hoje, duas semanas depois é uma alegria vê-los aos dois a brincar, ele adora brinquedos, já roeu algumas coisas, mas é um cão inteligente, aprende rápido e já sabe que fez asneira quando ralhamos com ele.Já sabe sentar enquanto espera para lhe colocarmos a trela para ir à rua e que só come na cozinha e na taça deles.A parte pior, é que adormecemos cada um em sua cama e de manhã e acordamos quatro na mesma! :p
O nome? Bem, uma amiga disse que ele era rafeiro, mas para mim é um nobre, por isso chamei-lhe Dom Rafa de Vila Franca!"

Cão como os cães

O que por aí se diz!
Confesso que não tenho grande espírito crítico e tendo a aceitar as coisas pelo seu valor facial, mas, ultimamente, tenho analisado algumas coisas que por aí se dizem sobre cães e só me dá vontade de rir! Como é que as pessoas se podem enganar tanto?
Há uma corrente de teorias baseadas na ideia que os cães são animais de matilha e que consideram os humanos como sendo um deles.
Estou certa que já ouviram dizer que o “dono” tem de mostrar ao cão que é o líder da matilha e para isso deve comer primeiro, passar primeiro nas portas, caminhar à frente…
Todos estes procedimentos sempre me pareceram muito complicados de pôr em prática e nunca senti que contribuíssem para melhorar a minha relação com os cães. Tanto assim que nunca tentei pô-los em prática mas só ontem à noite percebi porque é que nada disto faz sentido.
Não sou especialista em comportamento canino, mas os cães são a minha vida, o que me confere alguns conhecimentos práticos e há uma coisa que posso garantir com certeza absoluta: os cães não consideram que somos um cão como os cães!
Basta fazer uma experiência simples. Junte-se um ser humano com dois seres caninos e verifica-se que ambos os cães procuram o contacto com o ser humano, mais que procuram o contacto entre eles.

A Mara e o Alexandre viajaram esta semana e deixaram cá os seus queridos Lupi e Puá; um fantástico labrador bege e um lindo rafeirote pequenino como o Manuel. Às vezes, vou com eles para a sala, sento-me no sofá e observo-os. O Lupi deita-se ao meu lado, o mais em cima de mim que possa e pede festas; o Puá dá dez mil voltas à sala e acaba ao meu colo, a lamber-me as mãos e a cara.
São cães que vivem juntos, que apreciam a companhia um do outro, mas, quando eu estou, eu sou a mais importante.
Se eles me considerassem um cão como eles, certamente não me dariam tanta importância. Por isso, posso afirmar com toda a segurança: os cães têm a absoluta noção que nós, humanos, não somos cães como eles!
"Sempre que um cão sai das minhas mãos para uma nova família, desejo que o tratem tão bem, ou ainda melhor, que eu. Desejo que compreendam que o cão não entra na suas vidas para os fazer felizes, mas, inversamente, a ideia é eles fazerem feliz o cão."