O Bart e a Convivência Canina




O Bart é mais um cão vítima de abandono. Uma associação de apoio a animais lançou um apelo para este labrador que deambulava pelas ruas. Uma vez que não tinha qualquer hipótese de o acolher por estar completamente lotada, a associação pedia uma família de acolhimento temporária ou definitiva.
Ofereci-me para ajudar temporariamente mas, entretanto, o Bart fora adoptado por uma senhora que já tinha um cão.
Esta semana, a tal associação contactou-me a saber se ainda estaria disponível para ajudar. É que o Bart tinha sido devolvido. Motivo: o outro cão não o aceitou!
Esta é uma situação frequente: os animais residentes não aceitam os novos, consequentemente os novos animais são devolvidos à procedência.
Apesar de ter alguma experiência com cães, não me considero uma entendida no assunto pelo que apelo aos que têm maior experiência que me elucidem. É que acho muito estranho haver tantos casos de cães que não se dão bem. Não digo que não seja possível acontecer, mas sempre pensei que fosse a excepção e não a regra.
Vivo com três cães e já perdi a conta de quantos “hóspedes” acolhi ao longo dos anos. Nunca houve um caso de incompatibilidade entre os cães. Certamente, alguns dão-se melhor que outros. Por exemplo, a Nikita fez uma amizade muito próxima com o Google e o Talibocas tem uma certa embirração com o Manuel. Mas não passa disso. Neste momento, o Manuel está a dormir em cima do sofá amarelo e o Talibocas está deitado numa alcofa aos pés do sofá. Ambos estão tranquilos. Se não se dessem bem, estariam cada um numa ponta da casa, o mais afastados possível.
Acho que os cães são animais sociáveis que gostam da convivência entre eles. Poderão ter as suas preferências ou tentarem subir hierarquicamente em relação a outros mas nada que seja problemático. Acho que os cães têm um “código de conduta” que os leva a estabelecer as suas hierarquias sem que haja derramamento de sangue. A umas rosnadelas de aviso já assisti muitas vezes, mas um cão não aceitar outro nunca vi!
Será que a minha experiência é muito limitada? Ou será que estes casos de abandonos por falta de aceitação do cão residente acontecem porque os donos não sabem lidar bem com a situação? Gostaria de saber a vossa opinião.

Campanha Contra o Abandono

Dor (II)

Esta é uma época difícil para mim. Adoro o Verão, o calor, a praia, os dias mais longos, mas…
Esta é a época dos abandonos de animais. Todos os dias recebo dezenas de apelos de animais que foram abandonados, das pessoas das associações que estão em desespero. Sinto o coração a encolher! Dói.

Dor

O cão de um dos meus vizinhos tem dores. É um cão muito idoso, cego, que mal se aguenta em pé com as dores nas articulações. Deverá ter artroses, penso eu.
Oiço-o ladrar de dor.
Apetece-me ajoelhar perto dele e acariciá-lo, confortá-lo, fazê-lo sentir que não está sozinho, dar-lhe um comprimido para as dores embrulhado num pedaço de carne.
As dores dele doem-me.

Ainda e Sempre: Esterilização

Verão. Tempo de sol, praia, férias. Tempo de abandonos.
Todos os anos, na época das férias, milhares de animais domésticos são abandonados. Para onde vão? Para onde é que aqueles que os abandonam pensam que eles vão?
Por mais esforço que faça, não consigo colocar-me no lugar das pessoas que abandonam os seus companheiros. Quero “entrar” na cabeça dessas pessoas e imaginar o que elas imaginam que vai acontecer ao cão que deixam na estrada, mas não consigo. Será que não se preocupam? Ou imaginam que alguém vai aparecer e tomar conta?
Para mim, é tão inimaginável abandonar um animal, que não consigo pôr-me no lugar daqueles que o fazem. Penso que é uma questão de valores éticos, de responsabilidade.
Somos responsáveis pelos animais a que chamamos nossos. Somos igualmente responsáveis por toda a descendência dos “nossos” animais.
A única maneira de acabar com o flagelo dos animais abandonados passa pela esterilização massiva. Por isso, neste início de época de abandonos, eu combato as causas e continuo a apelar à esterilização.

Acorrentar é Torturar


Todos os dias vejo cães acorrentados. A sensibilidade de muitas pessoas não chega para perceber que accorrentar é uma forma de tortura.
Esta parece-me uma boa campanha para mudar sensibilidades.

Sorte


Hoje os meus leitores estão cheios de sorte. É que não tive oportunidade para escrever e, em substituição, presenteio-os com dois textos maravilhosos sobre cães.
Um sobre o tema do treino, escrito pela Alexandra Santos, cujo trabalho muito admiro e que tem sido uma ajuda preciosa na resolução das questões que têm surgido no meu relacionamento com os cães.
O outro é sobre o amor, escrito como só a Isabela sabe escrever, que me encanta e me comove.
Obrigada, Alexandra.
Obrigada, Isabela.

Gelo

Com tanto calor, deito cubos de gelo na água dos cães. Assim fica mais fresca e apetecível.

Cães Instantâneos

Nos livros que leio sobre treino e comportamento canino, é comum referirem que os filmes e as séries transmitem uma imagem errada dos cães. Animais humanizados, bem comportados que compreendem tudo o que dizemos, só mesmo na ficção!
Um dos livros referia que o famoso cão da série “Frasier” fora abandonado num abrigo por duas vezes devido ao seu mau comportamento, tendo sido adoptado depois por um treinador que o ensinara a ser um cão actor.
Compreendo que é uma situação comum: alguém vê um cão na televisão a fazer coisas extraordinárias (lembram-se da Lassie?) ou repara no cão do vizinho que se comporta tão bem em todas as ocasiões. É fácil desejar um cão igual. Corre-se para a primeira loja de animais e… traz-se para casa um cachorrinho que rói os sapatos e faz xixi no sofá!
É nessa altura que os donos têm de tomar uma decisão importante sobre o treino dos cachorros e sobre o comportamento que desejam que o cão tenha. Têm de começar a ensinar os cães a portarem-se bem, o que é um processo demorado que exige empenho e consistência da parte dos donos.
Eu tive muita sorte: o primeiro cão da minha vida, o Cosmos, era um cão instantâneo, ou seja, já sabia tudo. Sabia esperar para fazer as necessidades na rua, andar à trela, andar sem trela… Também a Girassol, depois de ultrapassar os traumas que a faziam desconfiar de todas as novas situações, se revelou uma cadela instantaneamente bem comportada. Nunca lhe ensinei nada, no entanto, ela parece saber exactamente como deve comportar-se em todas as ocasiões. Com excepção de uma vontade incontrolável de comer lixo que apanha na rua, ela é a perfeição canina.
Tanto o Cosmos como a Girassol chegaram à minha vida, numa fase já avançada da vida deles. O Cosmos teria mais de 10 anos, a Girassol não se sabe, mas terá, pelo menos, sete.
Os cães seniores são cães instantâneos porque se adaptam facilmente às regras da nova casa, porque conseguem controlar-se para esperar para irem à rua para fazerem as necessidades, porque o impulso de roerem tudo e mais alguma coisa já acalmou…

Muitas vezes, ajudo como voluntária em campanhas de adopção. Os cachorrinhos são os mais desejados. Todas as pessoas se sentem tentadas a levar para casa uma daquelas bolinhas de pelo, fofinhas e doces. Converso sempre com os possíveis adoptantes e, além de inquirir sobre as condições de vida que podem proporcionar aos cães, aviso que os cachorros dão muito trabalho porque fazem as necessidades em todo o lado e roem tudo a que possam deitar os dentes. Todos me dizem que estão preparados para o trabalho extra, mas nem todos me convencem que isso é verdade.
Gostaria que mais pessoas considerassem a hipótese de adoptar um cão adulto. São cães que não trazem surpresas em relação ao tamanho (muitos abandonos acontecem porque os cães crescem mais do que o previsto), nem à sua personalidade. Já sabem controlar-se para fazer as necessidades na rua, e são geralmente mais calmos e dedicados aos donos. São cães instantâneos!

19 de Junho, sexta-feira ao fim da tarde

a praia vista do campo

O mar fica perto, mas não tão perto que se possa ir a pé.
Ontem tivemos a boleia de uma amiga e das suas cadelas. Fomos todos à praia! Duas mulheres e seis cães a correr pela areia, a molhar os pés, a fugir das ondas…
Adorámos!

As Raças e os Signos



Entrei na livraria à procura de um livro sobre cães. Uma livraria simpática, de bairro, dessas que é bom encontrar ao virar da esquina. O que eu gosto de livrarias!
Na secção de livros sobre cães, que não passa de uma prateleira, mais de metade dos livros eram sobre uma determinada raça: o Pastor Alemão, o Caniche, o Perdigueiro, o Rafeiro Alentejano, etc.
Acho muito bem que se escrevam livros sobre as características de cada raça, mas, para mim, não faz sentido. Seria como comprar um livro sobre “A Mulher do signo Peixes” ou “O Homem do signo Leão”. As pessoas do mesmo signo podem partilhar certas características comuns, mas as diferenças individuais são tantas que nenhum livro sobre um signo do zodíaco poderá descrever um indivíduo desse signo na sua plenitude. O mesmo se passa com as raças dos cães.
Acho que uma pessoa que viva com dois cães da mesma raça poderá encontrar tantas diferenças entre ambos, como pontos em comum.
Eu lido, principalmente, com os chamados rafeiros, (mais correctamente conhecidos como cães sem raça definida) pelo que tive de cingir a minha escolha entre meia dúzia de livros.
Optei pelo “Grande Manual dos Cães” de Arden Moore. Um livro simpático e acessível, estruturado num esquema de perguntas/respostas que o torna um pouco repetitivo mas onde poderemos encontrar todos os comportamentos caninos que temos mais dificuldades em compreender ou evitar. Estou a gostar.

17 de Junho, quarta-feira à tarde


Gosto de conversar com os animais. Falo de tudo; de mim, do tempo, do que vou fazer para o almoço… Claro que sei que eles não entendem o que digo para além de um vocabulário básico como senta e rua, no entanto é bom para mim e para eles. Para mim, porque me ajuda a ordenar os meus pensamentos; para eles, porque gostam de ouvir a minha voz e sentem que lhes estou a prestar atenção.

O Leãozinho

Convidei alguns amigos a participarem neste blogue, contando histórias de casos que tenham vivenciado. Em resposta ao convite, recebi a história do Leãozinho que tenho o prazer de partilhar convosco.
Aqui na terra onde vivo, a câmara conjuntamente com a Liga Portuguesa Dos Direitos Dos Animais, LPDA, resolveu fazer um abrigo para cães e gatos ao abandono.
Tem condições boas, dentro do que disso se pode considerar, pois tem uma clínica com bom equipamento e um veterinário, excelente como pessoa e como médico.
Salva vidas quase todos os dias e as que não consegue salvar, sofre profundamente. É um ser humano com valores e de um altruísmo carismático.
Como sou "habituée", pois toda a vida recolhi cães abandonados, somos muito amigos e conheço-o há 10 anos, antes do abrigo ter parceria com a LPDA.
Um dia fui à clínica, numa consulta de rotina com uma cadela minha e vi-o muito triste. Homem reservado e sensível, resolvi perguntar qual era o problema.
Contou-me então que estava desgastado, com um caso de um cão, que tinha sido apanhado num boeiro, duma estrada municipal, em estado deplorável, com fome de vários dias e a coluna vertebral partida. 6 meses de tratamento e o pobre animal, não havia forma de recuperar, pois estava paraplégico.
Fiquei triste e voltei para casa. Da próxima vez que lá fui, perguntei pelo doente: - Quem, o Leãozinho pois pelos vistos assim o tinha "baptizado"- Chama-se Leãozinho disse eu
-Sim foi o nome que lhe pus, pois tem muito mau génio, morde-me todos os dias, quando lhe faço os tratamentos; sabe Helena, estou agastado com aquele caso, pois ocupa imenso tempo, em detrimento dos outros... - disse triste
- Mas o cão não é minúsculo perguntei
- É, só que é bravo como um corisco, vira as costas sempre que me vê, a Helena sabe como são os Pequinois de raça pura... uma personalidade forte...
- É um pequinois?
- Sim e de uma pureza pouco normal, não é todos os dias que se vê um assim, sei que deve ter sido criado com todos os mimos e agora está ali sozinho e não tolera companhia. Um problema.
Vim para casa e sentei-me um pouco a pensar no assunto. Quando de repente Eureka. Peguei no telefone e liguei para uma senhora que não via há mais de vinte anos.
- Perguntei à senhora se tinha desaparecido algum cão da sua casa, pois sabia que era fã de pequinois.
- A Helena nem me fale, desapareceu o meu Cocas há 6 meses, em Maio, já procuramos tudo, não consigo conformar-me e o meu marido que teve um AVC, está inconsolável, pois era seu companheiro na doença. - A coisa coincidia com o que o Dr. tinha dito.
- Sem mais nem para quê, liguei ao médico para se encontrar connosco no abrigo, pois tinha encontrado os donos, embora tivesse sido o instinto a dizer-mo.
O Senhor que mal podia andar desceu as escadas e sem mais dizer, enfiou-se no carro e lá fomos nós, de coração nas mãos a rezar para que fosse ele.
- Quando chegámos, entrei com o médico à frente e o Leãozinho, virou-se para a parede, de costas para nós. Pelo que chamei: - Cocas, Cocas... - o pequenino voltou-se e arrastou-se para mim. É ele e chamei a sua família. Não dá para descrever a emoção daquele momento, o senhor agachou-se com imensa dificuldade acariciou o bicho, como a sua pouca mobilidade lhe permitia. A senhora chorava convulsivamente e eu e o Dr. olhamos um para o outro e vimos os olhos de cada um, cheios de lágrimas.
Fui eu que o levei ao colo para casa, dentro do carro e os olhos do bicho tinham ganho vida. Estava eufórico de emoção.
Fez a alegria daquele casal idoso voltar, mesmo no estado em que se encontrava, paraplégico.
Passei a ir vê-lo de vez em quando e para ele, fui eu que o salvei, pois não era de muitas amizades e quando me via corria para mim. Sim, eu disse corria. Ao fim de mais 6 meses estava completamente curado e só com tratamentos de banho de imersão, exercício e muito carinho.
Vale a pena viver a vida, empenharmo-nos por pouco que seja, para trazer alegria a quatro seres; o cão, os donos, o médico e eu também consto na lista!
Querer é poder e uma força desconhecida impeliu-me para a resolução do problema, e não é que consegui?! Só ganhei ao "perder 4h de tempo".

Ensino de Cães

Os cães estão sempre a aprende e nós estamos sempre a ensiná-los, mesmo quando não o fazemos conscientemente.
Ontem à noite, tive a oportunidade de estar um bocado com uma cadela que não via desde bebé. Elogiei a sua beleza e o seu pelo sedoso. Os donos pareciam um pouco embaraçados porque a cadela colocava as patas em cima da mesa a pedir comida. Ora a fechavam na varanda, e ela ficava a ladrar; ora a deixavam entrar e retiravam à pressa a comida da mesa.
Expliquei-lhes que o Manuel tinha esse hábito, muito desagradável, de colocar as patas dianteiras em cima das mesas a pedir comida. Costumava soltá-lo num jardim público e ele incomodava as pessoas que estavam na esplanada. Quase toda a gente acha graça a um cãozinho que pedincha umas migalhas de comida, mas quando o cão tenta subir para cima da mesa o caso muda de figura.
Tento ensinar o Manuel a não fazer isso. Primeiro, nunca lhe dou comida quando estou à mesa e peço aos meus convidados para fazerem o mesmo. Depois, quando ele tenta subir para a mesa, afasto-o. Se ele insiste, isolo-o noutra zona da casa até acabar a refeição.
Se ele se porta bem e não tenta roubar comida, no final, levo-o para a cozinha e dou-lhe um bocadinho da minha comida.
Como ele é um cão esperto, acabará por perceber que se não tentar roubar acabará por ser recompensado.
Inversamente, quando cedemos ao pedinchar de um cão na hora das nossas refeições, estamos a ensinar o cão que lhe é permitido comer a nossa comida e a encorajá-lo a pedir. É a isto que me refiro quando digo que estamos sempre a ensinar os cães, mesmo quando não temos consciência de que os estamos a ensinar, e, muito menos, do que lhes estamos a ensinar.

Novo Número


A Casa do Pinhal tem um novo número de contacto: 925 147 599.

Chica, a Braco Alemão

Chica
É tal qual o meu Google!
De todos os apelos que recebi hoje, este tocou-me particularmente. Olho para a Chica e vejo o meu Babadex. Só me apetece dizer que fico com ela! Mas sei que não posso.
Amo todos os meus cães. Um amor diferente para cada um porque eles também são diferentes. Não há preferidos, apenas diferenças. Pelo Goggle costumo dizer que tenho paixão.
Olho para a fotografia da Chica e transfiro para ela a paixão que sinto pelo Google. Será que alguém pode compartilhar esta paixão? Quem se apaixona por esta beleza?
Segue na íntegra o texto do apelo que recebi.


"A Chica foi encontrada a vaguear por uma estrada nacional, completamente desorientada e sub-nutrida. Assim que se aproximou das pessoas que a apanharam, deitou-se protegida e ali ficou. O seu estado era miserável …

No veterinário fizeram-se testes que provaram que era saudável, apenas tinha anemia. A Chica esteve numa FAT que a ajudou a recuperar a alegria de viver e a ganhar uns quilinhos a mais!

Logo que foi possível, entrou na Quinta, onde reaprendeu a confiar nos humanos, dando-nos muitos momentos de alegria! Finalmente, a nossa menina voltou a sentir o sabor da felicidade!

A AAQ entrega agora para adopção, uma cadela linda, da raça braco alemão, com cerca de 6 anos, esterilizada, vacinada, desparasitada e chipada. Falta-lhe um LAR para ser ainda mais feliz! É uma cadelinha extremamente dócil, activa, e de porte médio/grande. Só falta alguém que a mereça!

CONTACTOS PARA ADOPÇÃO:

logistica@animaisdaquinta.org
Fernanda 96 9060266
Lurdes 93 8547693"

Sociabilização


Uma vez, ainda vivia na cidade, quando estava a passear o Manuel e a Girassol, encontrei à porta de um café, um menino de cerca de 10 anos com um cachorrinho bebé pela trela.
O primeiro impulso dos cães foi aproximarem-se para se cheirarem. O primeiro impulso do menino foi afastar o cachorrinho com o intuito de o proteger.
Expliquei ao menino que os cães não faziam mal, eram saudáveis e estavam vacinados, pelo que não tinha que se preocupar que transmitissem doenças ao seu cachorrinho.
Enquanto os cães se cheiravam, aproveitei para falar com o menino. Perguntei-lhe se o cachorro já fora vacinado e como é que se chamava. Expliquei-lhe que era muito importante para o cachorro sociabilizar com outros cães, para que se habituasse a conviver com os outros e a não ter medo.
Nessa altura, a avó, que estava dentro do café, gritou-lhe para afastar o cachorro dos meus cães, pelo que achei que era boa altura para continuar o meu passeio.
Despedi-me do menino e fiquei a pensar no assunto.
Já não me lembro onde é que li que os cachorros em fase de sociabilização devem contactar diariamente com 100 cães e 100 pessoas diferentes. Parece-me muito difícil encontrar tantos cães e tantas pessoas!
O essencial é que os cachorros sejam expostos ao maior número possível de estímulos para que se habituem e não criem medos.
Um cachorro que é afastado de outros cães terá tendência para ter medo deles e esse medo irá permanecer quando se tornar adulto. O que tem consequências duplamente negativas. Primeiro, porque nunca se sentirá confortável na presença de outros cães, o que significa imensos momentos de desconforto na vida do cão. Depois, porque o medo pode levar à agressividade, com consequências que podem ser desastrosas e até fatais.
Um dono de cão que tenha medo de outros cães e transmita esse medo ao seu cão está a contribuir para a infelicidade dele.
Quando acolhemos na nossa vida um companheiro canino, temos de ter atenção a todas as coisas que lhe queremos (ou não) transmitir. Temos de nos informar e pensar bem em todos os aspectos dessa relação. Quanto mais pensado e planeado for, mais hipóteses termos de construir uma relação gratificante para ambas as partes.

Treino

Manuel atento
O treino dos cães apaixona-me. É o que o Manuel e o Babadex mais gostam de fazer. Por motivos diferentes, o Google é louco por biscoitos, o Manuel adora aprender e adora fazer as habilidades que aprendeu, é a maneira dele dizer que é lindo.
Ensino-os a vir, a sentar, a deitar. Ensinei o Manuel a colocar as patas dianteiras na minha barriga e o Google aprendeu também, apesar de achar que ele é demasiado grande para esta habilidade.
Gostava de os ensinar a abrir e fechar a torneira da mangueira, mas esse exercício ultrapassa as minhas capacidades, não as deles que são muito superiores às minhas.
O treino é benéfico para mim e para os cães. Eles adoram aprender e adoram os biscoitos, eu também me divirto e dou por mim a rir às gargalhadas com as reacções deles.
Sou leitora assídua de sites de treino e comportamento canino, e ando sempre à procura de livros que me ajudem neste processo. O último livro que comprei tem escrito na capa:
“Para construir uma boa relação com o seu cão terá de se basear em expectativas realistas.
Quanto melhor compreender a personalidade única do seu cão e o seu comportamento natural, mais rapidamente estabelecerá com ele uma relação fundamentada na comunicação, no respeito mútuo e na confiança e mais facilidade terá em treinar o seu cão com sucesso.”
O livro chama-se “Fazer Amigos” e foi escrito por uma senhora chamada Linda Colflesh. Ela trabalha como treinadora voluntária numa associação que recolhe cães rejeitados pelos antigos donos e diz que um dos grandes motivos que leva ao abandono de cães é a falta de compreensão e treino.
Os donos não compreendem a natureza dos cães e ficam zangados por eles agirem como cães. Por outro lado, como não treinam os cães de forma a obterem o comportamento que desejam, entram num ciclo vicioso de desilusões e zangas que, muitas vezes, termina com o abandono dos animais.
Por exemplo, é comum vermos cães sentados à porta do café ou da padaria à espera dos donos. Acho bonito de ver. Gostaria que os meus cães fizessem o mesmo, mas não posso esperar que o façam se não os ensinar.
Quando vou à esplanada gosto de levar os cães, e eles gostam de ir comigo. Mas só funciona de eles estiverem ensinados a portarem-se bem. Se eles saltarem para cima das mesas e derrubarem as cadeiras será desagradável para todos. Algumas pessoas podem resolver este problema deixando os cães em casa, outras perceberão que os cães necessitam de treino e darão início a uma aventura maravilhosa.

11 de Junho, quinta-feira à tarde

O Manuel tenta encontrar espaço para se deitar na espreguiçadeira. E eu? Onde é que me sento?

Jardim de Cães


Um leitor teve a gentileza de partilhar comigo o seu "jardim de cães". Agradeço muito e partilho convosco, dá gosto ver, não dá?

Canadá - Chacina de Focas

É preciso ver! É preciso saber! É preciso parar!

Resposta ao Apelo de uma Amiga

Querida amiga,

Perguntas-me o que se pode fazer nestas situações. Eu digo-te o que faço: rezo! Peço à "força superior" que nos tornemos melhores seres humanos, compassivos, sensíveis ao sofrimentos dos outros seres.Podes pensar que isso não basta. É verdade! Não resolve o problema destes 3 cães, nem dos 3.000 que estão na mesma situação.
As associações? Que direito temos de pedir a outros que façam aquilo que nós próprios não estamos dispostos a fazer?
As associações já acolheram todos os cães que podiam acolher, até mais do que podiam! E por cada cão que recolheram, mil ficaram na rua.
Há quem pense que as associações têm obrigação de aceitar animais. Não têm. As associações são grupos de pessoas como nós que se unem com o objectivo de salvar os animais que puderem. Pessoas que gastam o seu tempo e o seu dinheiro nessa nobre tarefa. Que direito temos de lhes pedir que gastem tempo e dinheiro a salvar estes 3 cães, quando a própria dona não está disposta a fazê-lo?
As pessoas que constituem as associações não são ricas. Privam-se de tomar café, de ir ao cabeleireiro, de comprar um vestido para poderem comprar ração e pagar as contas dos veterinários.
A maior parte destas pessoas tem um emprego. Deixam de ir passear ao fim de semana, de giboiar em frente à televisão, para irem aos canis e aos abrigos limpar e tratar dos animais.
Que direito temos de lhes pedir que acolham mais três?

O que se pode fazer nesta situação? Perguntas tu. Falar com a amiga da tua amiga, a tal que quer mandar abater os cães. Tentar chegar-lhe ao coração. Tentar perceber quais os motivos que a levam a tomar esta atitude. Tentar ajudá-la.
Em último caso, tentar convencê-la a abater os animais num veterinário de confiança que lhes proporcionará uma morte sem dor, de preferência, rodeados pelos donos; em vez de serem abatidos num qualquer canil municipal em que não sabemos o método de abate que utilizam, e os cães sofrem terrivelmente com o abandono.
O que vou eu fazer? Rezar. Pedir perdão pela minha espécie tão isenta de compaixão.
Bem hajas, minha amiga.
Beijos

I

Chuva

Chove. As plantas da minha horta e as flores do pátio agradecem.
Na minha caixa de email também chove, mas outro tipo de chuva. Chovem apelos de animais em risco! É uma chuva de todo o ano, mas intensifica-se no Verão!
Hoje resolvi partilhar alguns desses apelos convosco. Ajuda? Talvez não. É só um desabafo.

17 Cães em perigo!!! Alguém pode ajudar???

Penso que a única ajuda que se poderá dar a partir daqui -uma vez que o pior para eles é estarem sob domínio dessa louca e, que alguém já os vai tirar de lá-, é a MÁXIMA DIVULGAÇÃO deles. No próprio dia alguém ir ao canil fotografa-los para se divulgar logo. Temos 8 dias para os ajudar (Já se sabe que as fotos são fundamentais para adopção). Vou divulgar para elementos da PRAVI, uma vez que, pelo que percebi há uns tempos, o canil de Gaia é "acompanhado" por voluntárias da associação. O canil de Gaia já não é o que era. Já não abate como fazia nem as condições são o que eram mas, atendendo ao número elevado de animais a entrar, não sei... Se calhar, no canil, estão menos mal que com uma doida dessas...
De:
Olá a todos.
Recebi ontem uma chamada de uma senhora chamada Helena que já foi voluntária da Maranimais.
O pedido era de ajudar a uma situação desesperadora: uma senhora que vive perto da sua casa tem problemas de saúde como depressões, uso excessivo de medicamentos(já ouvi loucura ser chamada de muita coisa)e tem imensos animais em casa. Decidiu então do dia para a noite despejar os animais e entre eles, uma cadela com crias ainda a amamentar. Tem em média 6 bebés de 3 meses e diversos cães adultos de porte pequeno mas todos novinhos ainda.
Na terça-feira, 09-06-09 o presidente da junta vai mandar o canil ir buscá-los e disse que se em 1 semana não forem de lá retirados, irá mandar abatê-los.
Os animais, segundo informações, são muito meiguinhos e são constantemente espancados pela "dona", inclusive, ela sai com os animais amarrados e os abandona. Já foram feitas queixas a GNR, que até aqui, nenhuma providencia tomou.
Se alguém puder ajudar ou divulgar estes animais, faça, por favor.Eles não tem culpa da crueldade de sua "dona". A zona é de Gaia/Espinho.
Deixo meu contacto: 93 352 0375
Acho que eles também mereciam uma chance...Renata.

Cachorros com mês e meio - Super Fofos
From: "Silvia

Recebi por e-mail (desconheço qual a zona onde se encontram)"Têm um mês e meio, dão-se a partir dos dois meses. Caso estejam interessados, contactem-me quem tiver interessado pode falar comigo mail -
nfodgama@gmail.com ou 964581801"

Cadelinha e 4 cachorrinhos – URGENTE
From: Marta

Este apelo URGENTE vem da Filipa , que tem desesperadamente tentado apanhar duas cadelinhas abandonadas na zona de Águeda, sujeitas as maus tratos. Acontece que no último fim de semana que lá foi encontrou mais esta situação desesperante. Por favor ajudem a divulgar!
Obrigado.--
martadutra.pravi.aveiro@gmail.com91 929 74 78
PRAVI - Projecto de Apoio a Vítimas IndefesasDepartamento de Animais em Risco
http://www.pravi.org/http://pravi-nucleo-aveiro.blogspot.com/
From: Filipa Barbosa <
filipa.alexandra.barbosa@gmail.com>Date: 2009/6/5 Boa noite,
Envio as fotos da cadelinha e dos 4 filhotes que precisam, dentro de cerca de uma semana de um novo lar. A cadelinha foi sujeita a uma operação numa pata para colocar um implante pois, para além de a terem abandonado, com filhotes para nascer ou já nascidos, deram-lhe UM TIRO! Quer a mãe, quer os 4 cachorrinhos (todos meninos) encontram-se, neste momento, no Hospital Veterinário do Baixo Vouga onde estão a ser muito bem tratados mas, como é óbvio, depois da fase de pós-operatório, terão de sair de lá...já para o novo lar. Todos eles...precisam e agradecem que divulguem. Casa precisa-se! URGENTE! OBRIGADA.

O Nanito apenas pede para ter a 3ª oportunidade!
Nome dado pela ABRA: NANITO
Porte: Pequeno
Sexo: Macho
Raça: SRD
Idade: Aparenta ser adulto
Características: Muito meiguinho, alegre e sociável
Olá a todos eu sou o Nanito e queria apenas uns minutos da sua atenção...tentarei ser breve a contar a minha história... sou um cãozinho muito meigo e obediente adoro uns serões no sofá e adoro miminhos sou muito limpinho sei onde devo fazer as minhas necessidades e dou-me bem em apartamento pois sou de porte mini. Tenho uma doença chamada de Leishmaniose que neste momento está controlada apenas tenho que tomar um comprimido por dia nada demais pois eu tomo sem problemas. Os meus antigos donos colocaram-me num canil de abate com o pêlo neste felizmente alguém humano olhou para mim e achou que eu merecia uma oportunidade de viver levaram-me ao veterinário e trataram-me arranjaram FAT para mim e que feliz que eu fiquei finalmente saí daquelas 4 paredes minúsculas do canil e fui para uma casa com direito a um sofá e tudo. Estava feliz na "minha nova casa " até que decidiram novamente que estava na hora de eu ir para aquelas 4 paredes onde todos estão sentenciados á MORTE! Porque lhe conto isto porque você pode mudar o rumo da minha história você pode fazer com que eu continue a viver como basta que me acolha em sua casa se não pode basta que me ajude divulgando-me pelos seus amigos e pelos seus contactos, mas seja rápido(a) pois eu amanhã poderei já não estar vivo. Conto com a sua ajuda mesmo que não consiga me salvar que fique em seu coração a certeza que fez tudo o que podia por mim. Se eu lhe perguntar o que gostaria que lhe acontecesse na sua vida talvez me respondesse que me saísse o euro milhões ou que me dessem uma viajem a tal ilha deserta....mas se me perguntar a mim apenas lhe respondo: -continuar vivo ser amado e respeitado como mereço ajude-me não por pena mas por amor....obrigado pelo tempo que dispensou a ler a minha história Ficam aqui os contactos para adopção: ABRA -> 912380560 ABRA ->
abra.associacao@gmail.com E um muito obrigado a todos!
Se alguém nos quiser ajudar monetariamente: O NIB da associação é: Banco é o MILLENNIUM:0033 0000 45291630620 05



AJUDA - CÃO EM FÁTIMA, ALGUEM PODE AJUDAR ESTE ANIMAL?
De: Ajuda 4 Patas [mailto:ajuda4patas@gmail.com]
Enviada: sábado, 6 de Junho de 2009 17:38
Olá amigos, hoje (06/06/2009) estive em Fátima a cumprir uma promessa que havia feito devido a saúde da minha mãe.Mas vim de lá doente, pois estava o canito das fotos todo encorrilhado a chuva a saída da Igreja da Santíssima Trindade, quando a chuva ficou mais intensa levantou-se e sem saber bem para onde se dirigir ora recuava ora avançava algo perdido para arranjar um lugar seguro para se abrigar. Escusado será dizer que o meu olhar não conseguiu concentrasse em mais nada a não ser neste animal, começou a vir em direcção a "capelas das aparições" atrás dos peregrinos que vinham de joelhos, ate que se alojou junto a capelinha e consegui a fotografias anexas, não consegui mais pois estava a chover mesmo muito e estava muita confusão.Sendo do Porto e como íamos com o carro cheio nada pode fazer por este pobre animal a não ser pedir agora ajuda por e-mail. Alias estou a chegar a casa e a primeira coisa que fiz foi vir para o computador pedir ajuda.Alguma associação da zona ou alguém amigo dos animais poderá salvar ajudar este animal? Caso precisem de esclarecimentos, podem contactarem-me Patricia 911040816
AJUDA 4 PATASHi5:
http://ajuda4patas.hi5.com/
Divulgação:
ajuda4patas@gmail.comA
dopções:
ajuda4patas@sapo.pt
Os meus protegidos: Visitem todos os animais a quem dei um lar:
http://arcadenoe.sapo.pt/petsite.php?id=9219&op=family
GAIA - CADELA JOVEM CORRE PERIGOS NA RUA. From:
ajuda4patas@gmail.comDate: Sun, 7 Jun 2009 20:39:31 +0100Olá amigos das 4 Patas!Esta amiga dos animais pediu-me ajuda na divulgação desta cachorrinha, vamos entre todos tentar arranjar um lar ou mesmo uma FAT para esta linda menina que corre risco de vida na rua.Os contactos para quem poder ajudar são Camila Vieira camilavie@gmail.com ou 914804283. ObrigadaPatricia



De: Camila Vieira [mailto:camilavie@gmail.com]
Enviada: segunda-feira, 1 de Junho de 2009 17:44
Cá está em baixo o apelo para a cachorrita que me parte o coração, agradeço a divulgação.Beijinhos grandes
Camila cachorrinha muito meiga na rua
Esta menina vive desde há pouco tempo numa rua em Gaia, é super meiguinha e simpática, e como vem atrás das pessoas e dos carros à procura de atenção, corre sérios riscos de ser atropelada :( Tem ar de ser ainda cachorrinha. é muito brincalhona e alegre!
Não temos qualquer hipótese nem local onde acolher um cão, pelo que apelamos a que se alguém poder acolher ou adoptar esta menina, nos contacte!
Contacto para adopção:
Camila – 914804283~
camilavie@gmail.com-- http://bichanosdoporto.blogspot.com/

ENCONTROU-SE NO GRANDE PORTO YORKSHIRE From: Ajuda 4 Patas <
ajuda4patas@gmail.com>Date: 2009/6/7Encontrou-se Yorkshire no Grande Porto, o animal será entregue ao dono após o mesmo comprovar ser seu.Portanto se perdeu ou conhecem quem perdeu um Yorkshire por favor contactem 919279145.

Rute, Jovem, Porte Médio/Grande, Canil de Lisboa!!
De: SOSAnimal [mailto:sosanimal@sosanimal.com]
A Rute é uma menina jovem de porte médio/grande.Encontra-se para adopção no Canil Municipal de Lisboa.É muito meiga com as pessoas e gosta de brincar.Dá-se bem com alguns animais.A sua esterilização é obrigatória e gratuita no Canil Municipal.
Contactos Para Adopção:Tania Marques; 93 418 79 97
sos.abandonados@gmail.comElsa Barros; 96 782 01 64adopcoes.e@gmail.comOu pode dirigir-se ao Canil: Canil 1Cela 51ficha 354/09-- http://www.sosanimal.com/

cão abandonado na estrada que liga Abrunheira à Abóboda a seguir à tabaqueira
From: Rosa Pereira Monteiro <
Rosa.Monteiro@brisa.pt>
conheces alguém que possa ajudar? Encontra-se na estrada que liga a Abrunheira à Abóboda (uns 50 metros a seguir à fabrica da Tabaqueira) um cãozinho de porte pequeno, castanho e branco que aparenta ter sido abandonado, uma vez que está sempre sentado no mesmo sitio, parece estar à espera de alguém. Quem conhece a zona sabe que aquela estrada é muito movimentada, pelo que existe um grande risco de ser atropelado.Alguém pode ajudar ou sabe se é abandonado ou não. Rosa Monteiro

Passeios

Gosto de ver os cães à solta, a correrem atrás das borboletas, a cheirarem tudo…
Quando vivia na cidade era mais difícil, mas não deixava de os levar ao jardim, à praia.
Ontem falei com uma senhora que tem uma cadela braco alemão, vive numa vivenda no campo e vai mudar para um apartamento na cidade. Achou que a mudança tornaria infeliz a sua cadela que não está habituada a ficar fechada em casa, pelo que está a tentar encontrar novos donos para a bicha. Como não é fácil, começou a procurar donos entre caçadores que a quisessem para procriar, visto que a cadela não está ensinada a caçar.
As pessoas conseguem sempre espantar-me! Esta senhora está a tomar a atitude mais errada possível com as melhores intenções. Compreendo que há uma grande ignorância do que é a realidade dos cães neste país onde vivemos, mas não será de falar com pessoas que saibam antes de tomar uma decisão assim?
Expliquei à senhora que ao tentar salvar a cadela de viver fechada num apartamento, estava a condená-la a viver presa em meio metro de trela ou ainda pior. Haverá excepções entre os caçadores, sem dúvida, mas eu nunca vi cães de caçadores serem bem tratados, mesmo por aqueles que gostam de cães.
Lembro-me de, quando andava à procura de uma casa no campo, ter visitado uma casa com um grande terreno onde o proprietário, um caçador, tinha os cães. Eram cerca de 30 cães (o senhor gostava muito de cães, apesar de não precisar de tantos para a caça) que viviam presos em antigas coelheiras vedadas que não teriam mais de dois metros quadrados cada ou presos a meio metro de corrente. O local estava limpo, havia água fresca e palha nas coelheiras, mas…eram dois metros quadrados!

Cães Felizes


Fazer Amigos


“Se aprendermos com os nossos cães a construir uma boa relação e a força do reforço positivo, se aprendermos a importância da comunicação não verbal e quem somos e principalmente se aprendermos tudo sobre o amor, poderemos finalmente tornar-nos tão nobres como os nossos cães julgam que somos.”

Linda Colflesh

Girassol no Coração

De todas as crianças da família, a Clara é a que tenho mais entranhada no coração – dizem que amamos mais os que mais precisam e talvez seja verdade.
Hoje passei a tarde com ela. Falo-lhe sempre nos meus cães que ela não conhece porque tem um medo terrível. Diz-me sempre que quando for grande e já não tiver medo, vem cá vê-los e leva-os para casa dela para os tratar muito bem. Adoro a maneira como esta criança lida com os seus medos e a coragem que tem – é uma menina muito, muito especial.
Esta tarde mostrei-lhe o este blogue para ela ver as fotos dos cães. Adorou. Pediu-me para ver o vídeo seis ou sete vezes. À Girassol fez festinhas através do ecrã do computador e perguntou-me se ela se virava para o sol como as flores do mesmo nome.
Depois fez um gesto a ligar a fotografia da Girassol no computador e o coração e disse estas palavras exactas “A Girassol está no meu coração!”

Adopções

Uma das minhas irmãs vive relativamente perto de um orfanato. Ninguém chama orfanato, dizemos colégio, à casa que uma instituição religiosa fundou há muito tempo para recolher crianças cujos pais tivessem sido vítimas de tuberculose.
A tuberculose deixou de ser um mal social, e a casa passou a receber os filhos da pobreza, da toxicodependência, do alcoolismo… A maior parte das crianças são entregues pelos familiares, algumas vão para lá por ordem do Tribunal de Menores.
Estou a contar isto porque essa irmã se envolveu com o projecto e toda a família foi atrás (nós somos esse tipo de família que partilhamos tudo: os problemas, as alegrias, as tristezas, os projectos). Cada uma de nós (sim, somos uma família de mulheres) se envolveu de maneira diferente; a V. ia passar tempo e brincar com os mais pequenos, a J. e a F. ajudavam as mais crescidas com os trabalhos da escola, a M. ia buscar 3 ou 4 crianças e lavava-as a passear ao Jardim Zoológico, ao campo, à piscina…
Eu optei por acompanhar uma criança e trazê-la aos fins-de-semana para minha casa. Lembro-me a primeira vez que lá fui. Já conhecia as crianças mais pequenas pela discrição da V., mas era-me completamente impossível escolher uma entre tantas, todas a precisar de apoio. Quando a freira me perguntou qual é que eu queria trazer comigo esse fim-de-semana, pedi-lhe que fosse ela a escolher a que precisava mais. Escolheu o H. dizendo-me para estar descansada que ele já não fazia as necessidades nas calças – é que estas crianças demoram muito a conseguir controlar as idas à casa de banho…
Quando decidi adoptar um cão ou cadela, senti a mesma dificuldade: como escolher entre tantos que precisam?
Se é fácil para a maior parte das pessoas perceberem a minha impossibilidade de escolha em relação às crianças, talvez não seja tão fácil perceberem a mesma dificuldade em relação a um animal. Mas é exactamente igual.
Falei com a Anabela e pedi-lhe ajuda para escolher entre os muitos cães que foram retirados do ex-abrigo de Vila Franca de Xira considerados dificilmente adoptáveis devido à idade ou ao tamanho. Era a Anabela a fazer-me perguntas e a tentar descobrir o que eu queria e eu a passar a bola para ela; desde que se dê bem com o Manuel e não faça mal à gata…
A feliz contemplada nessa lotaria tão injusta foi a nossa Girassol. Digo nossa porque esta menina tem conquistado muitos corações além do meu. Quem a vê (tão linda), quem a conhece (tão bem comportada) dificilmente pode imaginar que o seu previsível destino era passar o resto dos seus dias num abrigo, junto a muitos outros cães na mesma situação.
Estão lá cerca de 50 cães tão lindos e maravilhosos como a nossa Girassol à espera de alguém que lhes contrarie o destino. Penso neles muitas vezes e gostava que mais pessoas pensassem neles também.
Para terminar a história em beleza: o H., aquele menino de olhos no chão que já não fazia xixi na cama, que trouxe comigo nesse fim-de-semana há tantos anos, tornou-se um jovem adulto, lindo, maravilhoso, orgulho do meu coração de mãe, que eu amo tanto, mas tanto, tanto...

Uma História quase Verídica (segunda parte)



A Filó conseguiu encontrar donos para todos os filhotes, felizmente. Eu perdi o contacto com os bebés.
Posso imaginar que tenham esterilizado metade das quatro fêmeas. As outras duas terão acabado por engravidar, apesar dos cuidados dos donos. Posso supor que um dos donos das fêmeas grávidas tenha encontrado outros donos para todas as crias. Não é muito improvável que o outro dono tenha abandonado a cadela quando se apercebeu que ela estava grávida. Parece horrível – e é- mas esta situação acontece todos os dias por este país fora.
Posso continuar este exercício de imaginação e pensar o que acontecerá aos filhotes para cujo dono conseguiu encontrar novas famílias. Quanto à cadela abandonada grávida sei que vai parir na rua, que os cachorros correrão inúmeros perigos e alguns não sobreviverão. Os que sobreviverem poderão ter a sorte de serem adoptados, ou o azar de serem abatidos em qualquer canil municipal. Ou poderão continuar na rua e dar origem a mais ninhadas, estima-se que cerca de seis mil cães em seis anos.
Eis como uma pessoa que gosta de cães se torna responsável pela desgraça de milhares de cães em apenas seis anos. A Filó teve todos os cuidados, todos os carinhos, todo o amor, fez sempre o que lhe pareceu melhor cuidando da sua Fifi e o resultado foi desastroso.
Sei que parte desta história não passa de imaginação minha, mas as probabilidades de ser real são tantas que até dói. Como dói saber que há milhares de cães abandonados – uma associação fez uma estimativa de onze mil cães abandonados – e milhares que são abatidos.
A única solução passa pela esterilização massiva, é preciso esterilizar milhares de cadelas e gatas. Porque as mentalidades demoram a mudar, é necessário esterilizar quanto antes.

Passeio no Campo

Já consegui postar o vídeo!

3 de Junho, quarta-feira de manhã

Hoje o Manuel aprendeu a deitar!

O Talibocas

(é difícil tirar uma boa foto a este cão)


Quem o viu e quem o vê!
O Talibocas está outro: ganhou peso, o pelo está a crescer, ganhou confiança.
Todos os cães gostam de mimos, mas o Talibocas… só visto!
Pela-se por um carinho. Quando não lhe estou a dar atenção, pega na minha mão com a boca, sempre suave para não magoar, depois roça o lombo na minha mão.
Não posso fazer uma carícia em outro cão, sem que ele venha a correr pedir carinho também. Rosna aos outros para os afastar como se quisesse os mimos só para ele. A Girassol e o Google não lhe ligam nenhuma, mas o Manuel sofre um bocado!
É um excelente guarda, dá sinal quando alguém passa perto e, apesar do seu tamanho minorca, impôs respeito ao carteiro.
Quando vamos passear, adora ladrar à Preta, a cadela do vizinho, mas é obediente e basta chamá-lo para ele vir ter comigo.
O Talibocas que chegou à Casa do Pinhal esquelético, com “fralda”, com olhos baços já não existe. Agora é um cão compacto, vivo, inteligente, obediente, que me adora. Creio que é feliz!

2 de Junho, terça-feira à tarde


Não consigo colocar vídeos, dá sempre erro. É pena porque este vídeo está muito engraçado. Ficam as imagens do princípio e do fim.

Uma História quase Verídica (primeira parte)


Metade desta história é verídica. A outra metade é apenas provável.
Chamarei à personagem principal humana Filó e à personagem principal canina Fifi.
Conheço a Filó. Ela gosta de animais, alimenta colónias de gatos de rua, preocupa-se com cada cão que encontra abandonado, ajuda animais em risco sempre que pode.
Um dia, soube que a Filó tinha uma bela cachorra pastor alemão, a Fifi. Fora oferecida por um senhor que faz criação de pastores alemães e vende os machos para serem cães polícia ao serviço das instituições da lei e da ordem. Como estas instituições preferem machos, oferece as cadelas a quem as trate bem, como a Filó.
Fiquei contente pela Filó e pela Fifi, mas também fiquei triste porque achei que a Filó poderia ter resgatado um cão de rua, em vez de ajudar quem faz dos cães um negócio. Enfim.
-Vais colocar chip na Fifi? Perguntei. Não, chip nem pensar. Ainda bem que ela nasceu antes de se tornar obrigatório o chip!
- Ok, mas, pelo menos, coloca uma placa com o teu telefone na coleira, para o caso dela se perder… E esterilizá-la? Estás a pensar nisso?
Ia pensar. Não sei se pensou ou não, mas quando a Fifi desapareceu não estava esterilizada nem tinha placa com telefone na coleira.
Não posso imaginar o que a Filó terá sofrido, felizmente nunca passei por isso, mas calculo que tenham sido dias e dias de desespero e angústia.
Quando a Fifi apareceu participei da alegria geral, mas fui avisando: - Acho que devias levar a Fifi ao veterinário para saber se está grávida.
Digo sempre as coisas que ninguém quer ouvir e, em contrapartida, não me dão ouvidos! Infelizmente eu estava certa e a Fifi estava grávida.
Aconselhei esterilização imediata e quase fui banida do círculo de amizades da Filó. Como é que me atrevia a dizer uma coisa desses com os cachorrinhos quase a nascer! Não, nunca teria coragem de fazer tal barbaridade. Havia de conseguir dar todos os bebés.
Nasceram quatro fêmeas e três machos mas um dos machos não sobreviveu. Lindos, lindos. Dava gosto ver a Fifi e os seus meninos.
"Sempre que um cão sai das minhas mãos para uma nova família, desejo que o tratem tão bem, ou ainda melhor, que eu. Desejo que compreendam que o cão não entra na suas vidas para os fazer felizes, mas, inversamente, a ideia é eles fazerem feliz o cão."