O Bart e a Convivência Canina




O Bart é mais um cão vítima de abandono. Uma associação de apoio a animais lançou um apelo para este labrador que deambulava pelas ruas. Uma vez que não tinha qualquer hipótese de o acolher por estar completamente lotada, a associação pedia uma família de acolhimento temporária ou definitiva.
Ofereci-me para ajudar temporariamente mas, entretanto, o Bart fora adoptado por uma senhora que já tinha um cão.
Esta semana, a tal associação contactou-me a saber se ainda estaria disponível para ajudar. É que o Bart tinha sido devolvido. Motivo: o outro cão não o aceitou!
Esta é uma situação frequente: os animais residentes não aceitam os novos, consequentemente os novos animais são devolvidos à procedência.
Apesar de ter alguma experiência com cães, não me considero uma entendida no assunto pelo que apelo aos que têm maior experiência que me elucidem. É que acho muito estranho haver tantos casos de cães que não se dão bem. Não digo que não seja possível acontecer, mas sempre pensei que fosse a excepção e não a regra.
Vivo com três cães e já perdi a conta de quantos “hóspedes” acolhi ao longo dos anos. Nunca houve um caso de incompatibilidade entre os cães. Certamente, alguns dão-se melhor que outros. Por exemplo, a Nikita fez uma amizade muito próxima com o Google e o Talibocas tem uma certa embirração com o Manuel. Mas não passa disso. Neste momento, o Manuel está a dormir em cima do sofá amarelo e o Talibocas está deitado numa alcofa aos pés do sofá. Ambos estão tranquilos. Se não se dessem bem, estariam cada um numa ponta da casa, o mais afastados possível.
Acho que os cães são animais sociáveis que gostam da convivência entre eles. Poderão ter as suas preferências ou tentarem subir hierarquicamente em relação a outros mas nada que seja problemático. Acho que os cães têm um “código de conduta” que os leva a estabelecer as suas hierarquias sem que haja derramamento de sangue. A umas rosnadelas de aviso já assisti muitas vezes, mas um cão não aceitar outro nunca vi!
Será que a minha experiência é muito limitada? Ou será que estes casos de abandonos por falta de aceitação do cão residente acontecem porque os donos não sabem lidar bem com a situação? Gostaria de saber a vossa opinião.

3 comentários:

Anônimo disse...

Pelo que me diz a experiência, esses casos são realmente a execpção à regra. Julgo que na maioria dos casos são os donos que não se adaptam às primeiras reacções (normais) de marcação de território e quem manda em quem. De qualquer forma há raças que têm como característica serem territoriais, quer isto dizer que não aceitam, ou aceitam mal, estranhos dentro do seu território. Mas são raças específicas e mesmo assim há excepções. Continuo a achar que quem não se adapta/aceita são os donos.
Beijinhos
Inês

Ana Alvarenga disse...

Sim, há falta de empenhamento, paciência e boa-vontade dos donos em "explicar" que "são todos irmãos, têm que se dar bem e quem manda sou eu". O chefe da matilha tem que ser o dono, senão nada resulta. Há cães com afinidades e empatias, outros apenas se toleram. Cabe a nós gerir esses afectos.

Anônimo disse...

Aqui falha quase sempre o humano!
Adoptei uma cadela extremamente agressiva e grande; demonstrei que não tinha medo e depositei a minha confiança nela.
Demorou, moerdeu em pelo menos tres pessoas... Dediquei-me a ela a tempo inteiro e hoje é amada até pelos que foram atacados!É um doce.

"Sempre que um cão sai das minhas mãos para uma nova família, desejo que o tratem tão bem, ou ainda melhor, que eu. Desejo que compreendam que o cão não entra na suas vidas para os fazer felizes, mas, inversamente, a ideia é eles fazerem feliz o cão."