Google




Hoje o Google foi ao veterinário. Não me parecia nada de preocupante (além da conta); um dente cariado que necessitava ser extraído e uma ecografia e análises para descobrir o motivo de uns pequenos e esporádicos sangramentos do pénis. Aproveitava-se a anestesia para o castrar que, como diz o meu veterinário preferido, o Dr. Luís Cruz, a próstata dele agradece.
O Google ficou internado e acabei de falar com o Dr. Paulo (veterinário aqui da zona, que o Dr. Luís Cruz está de férias). As notícias não são nada boas. O sangramento do pénis era provocado por uma ferida em forma de couve-flor – eu não gosto nada de feridas em forma de couve-flor!- fizeram uma biopsia e teremos o resultado na sexta-feira. O dente cariado foi extraído mas encontraram na gengiva uma “formação” que também retiraram e enviaram para análise. O Dr. Paulo diz que estas “coisas” que crescem nas gengivas são geralmente malignas e preocupantes.
Estou preocupada! Muito.

Água

Água é uma paixão que partilho com alguns cães. Desde o princípio do Verão que ando com vontade de ter uma piscina (mesmo pequenina, mesmo insuflável) para me refrescar nas horas de maior calor. Fui adiando o projecto (nunca é altura certa para entrar em despesas) mas, quando vi o Max a tentar mergulhar no recipiente da água, decidi-me: até posso não ter a piscina para mim, mas os cães merecem poder tomar banho e brincar na água.
Claro que não pode ser uma piscina insuflável, que não há plástico que resista aos cães; mas prometi a mim própria (e ao Max) que encontraria uma solução. Não será para já, certamente, mas daqui até à Primavera, alguma solução hei-de encontrar.

29 de Agosto, sábado

O fim de Agosto, mais que o fim do Verão, significa o fim das férias, para a maioria das pessoas, pelo menos.
Para mim, significa o fim de um período de trabalho intenso. Os donos vieram buscar os seus cães, despedi-me deles com saudades antecipadas mas também com algum alívio – estavam entregues! Espero que voltem que ver televisão sem a Boo deitada aos meus pés, ou a cabeça do Bóris no meu colo não é a mesma coisa. Sinto a falta deles!
Em contrapartida, tenho oportunidade de ter mais tempo para mim, para os residentes e para a casa.
Hoje aproveitei para descansar um bocado, mas ainda tive tempo para dar uma boa banhoca ao Talibocas que estava a precisar e fazer uma limpeza no escritório. Nada mal!
O Talibocas está lindo e bem cheiroso, o escritório está limpo e arrumado. Só lamento as moscas, que os meninos deram cabo dos mosquiteiros e eu não sou pessoa de viver com janelas fechadas…
Lamento não ter escrito durante tanto tempo, mas a partir de agora terei oportunidade de pôr a escrita em dia e contar muitas das histórias que aconteceram. Fica a promessa.

Bom Comportamento


Tenho uma amiga que reprova o facto de eu gostar de ensinar “truques” aos meus cães. Diz-me sempre que nunca ensinou nada às cadelas dela e elas se portam bem. É verdade.
No entanto, sou completamente a favor do ensino. Em relação aos meus cães tenho duas importantes razões para os ensinar. A primeira prende-se com questões de segurança. Se o Google saltar para cima de mim para eu lhe dar um biscoito, corro o risco de me desequilibrar e cair. Se os habituar a receber um biscoito cada vez que respondem ao meu chamamento quando estão a correr no campo, tenho mais hipóteses que eles me obedeçam numa situação que possa ser perigosa, como proximidade de estradas ou de outros cães. A segunda razão é que eles gostam, consideram uma brincadeira em que, além de lhes dar atenção, ainda lhes dou biscoitos.

Em relação aos cães hóspedes, o facto de serem treinados facilita-me muito a vida, principalmente com os cães de maior porte. Obedecerem ao “senta” quando querem mimos torna muito mais fácil, para mim, mimá-los. Se, em vez de estarem sentados, estiverem a saltar, corro o risco de levar uma cabeçada (já aconteceu) ou de me desequilibrar (também já aconteceu). Felizmente estas situações aconteceram com dois cães muitíssimo bem comportados e treinados, a Boo e o Max, o que me facilitou a prevenção de situações idênticas: primeiro mandava-os sentar e só depois os enchia de mimos e beijos.

21 de Agosto, sexta-feira de manhã


Passámos mais uma noite tranquila. O Bóris no sofá da sala, o Manuel e o Bigo na marquise (um no sofá amarelo, outro na caminha dele), o Google e a Girassol no escritório, nos seus postos habituais e o Talibocas dorme na garagem para evitar cruzamentos matinais com o Bóris.
De manhã cedo, os cães que dormem em casa acordam-me para os deixar ir para o pátio fazer as necessidades. Levanto-me e, ainda em camisa de noite, abro as portas respectivas: a porta da frente, a da marquise e a da garagem. Depois deambulo um bocado, ainda meio a dormir, tento tomar o pequeno-almoço (de manhã nunca me apetece comer), preparo-me, visto-me.
Depois é tempo de distribuir comida pelos animais (gata incluída) e fazer as limpezas matutinas.
Segue-se um período de calma. Necessidades feitas, barriga cheia, os cães aproveitam para fazer uma sesta, assim como quem prolonga o sono da noite. Gostaria de fazer o mesmo, mas já estou vestida e a minha cama já não me parece tão apetecível. Aproveito para pôr a escrita em dia.

20 de Agosto, quinta-feira de manhã

Google a transbordar do sofá
O Bigo passou uma noite tranquila. O único senão é que ele e o Manuel entretiveram-se a marcar o território dentro da marquise. Conclusão: hoje é dia de lavar paredes! Benditas sejam as cadelas!
Esta manhã está calma. O Bigo ainda não ladrou. O Bóris e o Talibocas partilham o pátio da frente em suave harmonia. Parecem não se lembrar que ontem eram os maiores inimigos!
Vou aproveitar a calma reinante para me dedicar às limpezas.

Bigo

Para desmentir o que escrevi no poste anterior, o Talibocas e o Bóris tiveram uma pega hoje de manhã, sendo que o Bóris saiu ileso e o nosso querido Talibocas ganhou mais umas cicatrizes de guerra para a colecção! Os danos não foram graves, nada que o tempo, muito Betadine e pomada cicatrizante não curem, mas, a partir de hoje, o Talibocas fica confinado ao pátio lateral para evitar mais escaramuças!
Ao fim do dia, recebi mais um hóspede: o Bigo. Um cão de porte médio/grande, muito elegante cuja foto espero postar um destes dias.
Contrariamente ao que é habitual, não se relacionou bem com o Google e com o Bóris. Talvez apenas se sentisse receoso por estar num ambiente desconhecido. De qualquer modo, depois da escaramuça desta manhã, não vou arriscar e vou deixá-lo passar a noite sozinho. Agora está a ladrar, mas espero que pare em breve e nos deixe ter uma noite sossegada…

Tranquilidade


Os dias têm passado com tanta tranquilidade que nem tenho escrito. As horas sucedem-se serenas e sem história.
Ao fim do dia passeio o Bóris, depois todos os outros. Já não há peras para o Manuel, mas as amoras continuam em força para delícia da minha gulodice.
O Talibocas e o Bóris escaramuçam-se cada vez menos. O Bóris é um cão de uma meiguice extrema e estamos cada vez mais ligados um ao outro. O Talibocas continua igual a si próprio, refilão e dedicado.
Os dias passam num doce equilíbrio entre cães e calor, água fresca e limpezas… Está-se bem!

16 de Agosto, domingo


Foi um dia calmo. Quando arrefeceu, dei um grande passeio com o Bóris, depois, outro grande passeio com o resto da matilha. Abriu a época de caça e ouvimos tiros ao longe, mas não vimos nem caçadores nem cães. Foi um dia espectacularmente calmo!

O céu à noite


No céu nocturno gosto de admirar as estrelas e raramente atento na enorme escuridão que as envolve. Esta ideia surgiu-me após ler uma notícia de um caso passado nos Estados Unidos da América, noutro mundo, portanto.
Trata-se de uma estrela brilhante, uma estrela de 4,8 milhões de dólares! Mesmo assim, tanto brilho não foi suficiente para ofuscar o jornalista que frisou (e muito bem) toda a negrura que envolve este caso.
Em Portugal, neste mundo onde a escuridão é ainda maior no que concerne aos animais, faz falta uma luz assim. Uma luz que ilumine a realidade do sofrimento animal e a torne mais visível aos olhos distraídos da maioria da população. Uma luz que inspire todos aqueles que lutam diariamente para melhorar as condições de vida de uns tantos cães e gatos.
Ah como gostava de ver uma luz assim a brilhar no firmamento português…

Adeus, até à próxima


A Xica e o Guga terminaram hoje as férias na Casa do Pinhal. Os donos vieram buscá-los depois de uma viagem cansativa, e pareciam tão cansados que só tive vontade que eles se despachassem para poderem “aterrar” em casa o mais breve possível. Nem dei um último abraço aos meninos… Paciência! Durante estes dias tive ocasião de os abraçar e beijar muitas vezes. Também fui muito abraçada e beijada por eles, até demais!
São uns meninos muito queridos, muito amados pelos donos. Eles merecem.
É interessante reparar nas diferenças entre cães que são amados pelos donos e aqueles que são abandonados. Não há comparação possível. Os cães amados reagem à mudança para a Casa do Pinhal com confiança, tranquilidade, segurança. É apenas uma novidade, uma aventura. Os cães da rua são carentes, assustados, procuram estabelecer laços receosos do que possa acontecer.
Depois de ter convivido com tantos cães traumatizados, dá gosto receber estes cães amados; tão amados que a minha alma se compraz com a felicidade deles.
Agora tenho de ir, o Bóris, outro cão amado, está a chamar-me. Ele gosta muito de estar lá fora no pátio mas, chegando a esta hora, faz-me saber que é cão de casa e quer entrar para vir dormir no sofá.

Rei procura Reino

Hoje seguiu-me até casa. Servi-lhe água e ração e aproveitei para tirar esta foto.
Tenho-o visto por aí. Encontro-o geralmente perto das bombas de gasolina. É amigável, alegre e tem ar de quem percebe tudo o que lhe digo ou penso.
Um dos funcionários das bombas disse-me que terá sido abandonado por lá e que por lá se mantém, provavelmente, à espera que o venham buscar.
Compro-lhe uma latinha de patê e ofereço-lhe. Adora. Ontem levei-lhe um saquinho com ração. Não gostou tanto mas comeu à mesma.
No café, enxotam-no para não incomodar os clientes. As crianças gostam de brincar com ele e os adultos comentam que é uma tristeza abandonar um bicho assim.
Uma das crianças chama-lhe Rex. Pobre rei sem reino maior que as sobras dos caixotes de lixo. Pobre rei sem dono que o ensine a sentar e lhe garanta comida no prato.
Pobre cão!

Ontem



Ontem passei a tarde com o Guga e a Xica no pátio, que é o sítio mais fresco da casa e, nestes dias de muito calor, está-se lá muito bem.
Ao fim da tarde, uma neblina subiu do vale e resolvi antecipar os passeios (geralmente não saio antes das 6h). Foi bonito ver a névoa a subir do vale e a ocultar campos e pinhais, o horizonte era uma mancha branca e sentia-se o cheiro do mar.Mais tarde, já passava das sete, passeei o Guga e a Xica. Já estava mais fresco e estava a saber muito bem, quando avistei um cão à solta a uns metros de nós. Nem percebi se era cão ou cadela, se estaria abandonado ou teria escapado do quintal de algum vizinho. Tive receio da reacção do Guga e dei meia volta. Voltámos para casa só com meio passeio, mas não arrisquei. Acho que decidi pelo melhor.

Bóris



O Bóris anda por cá como peixe na água. É muito activo e gosta de andar lá por fora a cheirar tudo e a correr de um lado para o outro, mas quando chega a noite, reclama pelo sofá. Como se dá bem com os residentes, não há problema em ficar no sofá, desde que tenha cuidado com a gata!
Volta e meia, ele e o Talibocas têm umas escaramuças; muito rosnar, muito ladrar, felizmente não passa disso. São ambos competitivos e nenhum se quer submeter…
Comigo, o Bóris é um querido. Deita-se de barriga para cima e geme de prazer quando lhe faço festinhas. Acho que anda feliz!

Susto

Geralmente, passeio o Guga e a Xica sozinhos, às vezes um dos residentes acompanha-nos, mas é raro.
O Guga vai preso pela trela pequena na coleira de treino, e a Xica vai presa com a trela extensível.
No fim da rua, quando entramos no campo, solto a Xica e prendo a trela extensível na coleira (a normal, não a de treino) do Guga. Assim posso dar-lhe um pouco mais de liberdade e, se ele puxar muito, posso voltar a segurá-lo pela coleira de treino.
Hoje a coleira de treino soltou-se, não percebi como. O que me valeu foi a trela extensível presa na outra coleira. Apanhei um susto! Ufa!

Assim vamos andando...


Quando a dona do Bóris veio cá deixá-lo avisou-me que ele é um cão com tendência para fugir pelo que deveria ter muito cuidado, pelo que quando saímos para ir almoçar, deixei o Bóris fechado numa zona vedada do pátio lateral e perguntei à dona se ele seria capaz de saltar a vedação. Ela tranquilizou-me, apesar de a vedação não ser muito alta, o Bóris é um cão baixote, e eu fiquei tranquila.
Desde esse dia, sempre que abro o portão da rua, tenho o cuidado de fechar o Bóris na cerca antes. Tirando essas ocasiões, ele anda à solta pelo pátio da frente. Dá-se bem com os cães da casa, embora, às vezes, haja umas rosnadelas entre ele e o Talibocas – o Talibocas rosna a todos os cães, mas o Bóris é o único que lhe responde, todos os outros o ignoram.
O interior da casa é partilhado por todos, mas nunca em simultâneo. Tenho o cuidado de não juntar os cães que podem ter conflitos: o Guga e o Google, o Guga e o Bóris, o Guga e o Talibocas, o Talibocas e o Bóris.
Em relação aos passeios, tenho especial cuidado com os hóspedes. O Guga e o Bóris usam trela e uma coleira de treino, apesar de o Bóris odiar a coleira de treino porque não está habituado, mas prefiro esse método à coleira de picos virados para dentro. Por precaução, leva a coleira de treino e outra trela na coleira de picos que coloco com os picos para fora.
O Guga leva a trela na coleira de treino mas, às vezes, coloco uma trela extensível na coleira normal e dou-lhe mais um pouco de liberdade. Ele porta-se bastante bem e até o soltaria, não fosse o autêntico pavor que tenho de algum hóspede me fugir. Mesmo com os cães de confiança como a Boo, o Max e a Xica fico apreensiva e só relaxo completamente quando entramos em casa, “sãos e salvos”.

Xica

A Xica traz um brinquedo na boca para eu atirar e ela ir apanhar. A maioria das vezes traz dois brinquedos. Deixa-os no chã, aos meus pés. Atiro um e ela fica à espera que atire o outro para ir buscar os dois.
Hoje passou para o nível seguinte: três brinquedos de cada vez! Boa, Xica!

Niki e Bóris


A Niki é uma doce jovem, muito meiga e brincalhona. Segue-me para todo o lado e adora brincar com todos.
É um cruzamento de setter e rafeiro alentejano (acho) que resultou nesta beleza de cadela.
O Bóris é um beagle muito meigo, gosta de brincar e correr – tem imensa força, embora não pareça e custa-me controlá-lo. Detesta estar fechado, pelo que o deixo solto, embora às vezes tenha umas pegas com o Talibocas! Nada de grave; muito ladrar, rosnar e mostrar os dentes, mas não passa disso.
Enquanto escrevo, tenho a Niki deitada aos meus pés, o Google e a Girassol atrás de mim e o Manuel a tentar subir para o meu colo. Assim não dá!

Guga


O Guga é um querido, simpático, amistoso, brincalhão...
Hoje já comeu a ração sem mistura de patê.
Agora está a ladrar porque quer vir dormir em casa mas, infelizmente, não pode.

Fotos dos Bebés






Ponto 1: Não reparem na qualidade das fotos. É quase impossível tirar boas fotos a modelos tão irrequitos!
Ponto 2: Reparem na cerca toda catita que o mano João me construiu. Obrigada, mano.

Petição por uma Campanha Urgente e Nacional de Esterilização de Cães e Gatos

( Foto da Boo para matar saudades)
Quando eu assinei esta petição só tinha seis assinaturas. Gostava que chegasse às seis mil...

Cães

Gostamos de todos os cães por igual? Não é verdade. Cada um nos conquista de forma diferente e com cada um estabelecemos relações diferentes.
Por exemplo, o Guga e a Xica, ambos cães espantosos, mas tão diferentes… O Guga é mais cativante, mais dado, mais brincalhão, mais efusivo. A Xica, mais reservada, demora mais tempo a estabelecer uma relação, mas, quando estabelece, é mais profunda, mais cúmplice.
Hoje tive o privilégio da Xica se deitar em cima de mim, no sofá, rodeada de brinquedos – trouxe cinco brinquedos para ao pé de mim! Soube-me tão bem…
O Guga deitou-se do outro lado, e encostou a cabeça no meu peito, porque todo o meu colo estava ocupado pela Xica. Eu fiquei ali, toda torta, sem me poder mexer, e muito feliz!

Cão Herói

4 de Agosto, terça-feira

Ontem nem tive tempo de escrever. De manhã levei o Manuel e o Talibocas ao veterinário. O Manuel tem uma otite que, espero, se cure de vez. O Talibocas fez análises, está óptimo e recomenda-se. A tarde foi passada a tratar dos cães, limpar, passear, limpar, atirar bolas para eles apanharem, limpar, dar mimos, limpar…
Não tenho mãos a medir. Os cachorros sujam muito e pedem muita atenção. São uns queridos, mas têm uma capacidade de sujar e destruir impressionante. Portam-se muito bem, não choram e dormem toda a noite.
Quase não tenho tido tempo de me deliciar com os gatinhos bebés… Já se vão embora amanhã e ainda nem tirei fotos!
Hoje tive a visita da Sara e da Maria João da PRAVI. Foi muito bom. Trouxeram o Piloto, um dálmata super meigo, para passear e estiveram todos juntos a brincar no pátio. Todos, não; a Xica e o Guga não reagiram bem às visitas pelos que ficaram a ladrar no pátio das traseiras.
Agora vamos todos dormir. Aliás, já estão todos a dormir, com excepção do Guga que ainda está a ladrar, a pedir para entrar… À noite, dou-lhes um Kong recheado com patê para adormecerem melhor. A Xica adora, o Guga não liga nenhuma, o que ele quer é dormir comigo!
Ele e a Niki já andam a comer bem, mas ainda estou a misturar patê na ração do Guga que é mais pisco. Hoje à tarde nem quis o iogurte. Sobrou para o Manuel e para a Niki que adoraram.

2 de Agosto, domingo

As principais notícias do dia:
O Guga já está a comer. Até agora tinha recusado comida, mas hoje à noite já comeu a dose dele.
Descobri que a melhor maneira de dar o comprimido à Xica é envolvê-lo em patê (a salsicha não resulta com ela).
A Niki roeu uma bola do Guga e da Xica. Não percebo como é que ela conseguiu desfazer um brinquedo que é próprio para cães!
O Guga, a Xica, a Niki e o Manuel passaram a tarde comigo a ver televisão. O Guga é um meloso, sempre com a cabeça no meu colo, muito encostadinho. Deu-me beijos e lambidelas na cara até não poder mais…
A Xica tem um feitio parecido com a Girassol, tímida ao início, mas de uma doçura tal que, quando nos conquistamos mutuamente, é amor para toda a vida.
A Niki esteve muito sossegada, deitada no sofá ou a brincar com o Manuel.
A Girassol, o Google e o Talibocas passaram a tarde ao sol no pátio da frente.
De manhã soltei a ninhada de cachorros no pátio enquanto fazia uma limpeza profunda na garagem. Ficaram à porta da garagem a ganir para ir para junto de mim. Portam-se bem. Claro que a garagem está sempre suja. Perdi a conta às vezes que lavei o chão e mudei os jornais. A limpeza não chega a durar cinco minutos.
São uns queridos, como todos os bebés. Ganem a pedir mimos, brincam uns com os outros e, principalmente, dormem…
O pessoal já está todo preparado para dormir, menos o Guga que está a ladrar porque acha que vai dormir cá dentro. Está muito enganado!

Casa Cheia

Apesar de já não ter a Boo para me obrigar a madrugar, acordei às seis e tal da matina! Ainda bem porque foi um dia em cheio.
De manhã, debaixo de uma chuva muito desagradável, recebi uma família felina e uma ninhada de quatro cachorros que vêm passar o fim-de-semana.
Como não estava preparada para estes hóspedes, tive de improvisar instalações para eles na garagem. Felizmente tive a ajuda do meu cunhado João que construiu uma cerca toda catita para os bebés! Improvisei uma cama com um caixote muito grande, uma manta e almofadas. Assim os meninos ficam confortáveis. Depois foi só espalhar uns jornais pelo chão para aquelas necessidades que os cachorros não controlam muito bem, deixar uma tigela grande cheia de água e um dispensador de comida, que estes meninos têm um apetite voraz.
A família dos felinos ficou instalada numa jaula grande. De um lado um tabuleiro com areia, do outro a transportadora onde se sentem mais confortáveis, uma tigela com água e outra com comida. São tímidos e ainda não tive oportunidade de brincar com eles. Talvez amanhã.
Ainda não tinha parado de chover, recebi a Xica e o Guga, dois belíssimos cães; ele de uma raça cujo nome não sei escrever (prometo que amanhã pesquiso) e ela não sei se tem raça definida, mas é uma grande beleza negra.
O Guga sentiu-se logo em casa e fez amizade com o Manuel, muito brincaram os dois. A Xica, mais tímida, ficou sentada à porta, debaixo de chuva, à espera dos donos. Tentei-a várias vezes com biscoitos, mas ignorou-me sempre. Acabei por ter de lhe colocar a trela e conduzi-la às traseiras onde está a cama dela. Acho que isso a fez sentir mais tranquila e ajudou a adaptação.
A Niki chegou ontem à noite e também ficou um bocadinho triste, mas o Manuel soube conquistá-la e, passado um bocado, já andavam os dois em grandes correrias. Hoje de manhã resolveu rebolar-se na terra dos canteiros (enquanto não colocar uma rede de protecção, as flores são para esquecer) e ficou suja e molhada, mas feliz. Também se relacionou muito bem com o Guga e acho que se vão tornar grandes amigos.
Acho que tiveram todos um dia cheio e vão dormir uma noite descansada. Eu vou.
"Sempre que um cão sai das minhas mãos para uma nova família, desejo que o tratem tão bem, ou ainda melhor, que eu. Desejo que compreendam que o cão não entra na suas vidas para os fazer felizes, mas, inversamente, a ideia é eles fazerem feliz o cão."