A Filipa não se chama realmente Filipa, mas vou tratá-la assim.
Ela mora num sítio onde eu não gostaria de morar. Vive num bairro problemático, paredes meias com uma comunidade de ciganos. O problema não é serem ciganos, o problema é como alguns destes vizinhos tratam os cães. Têm muitos, estão sempre a aparecer mais; uns nascem por lá porque as fêmeas não são esterilizadas (nem há qualquer tipo de controlo de saúde), outros trazem-nos das suas viagens pelas feiras do país.
A Filipa desespera ao ver os animais mal tratados, acorrentados, sem comida… De vez em quando consegue salvar um, e é uma alegria!
Esta semana tive notícias da Filipa sobre uma cadela muito pequenina e jovem que vive acorrentada junto com dois cães maiores. Como a comida não abunda, ela nunca consegue ter acesso, visto que os cães maiores ganham prioridade devido ao tamanho.
Preocupada com esta situação, a Filipa abordou o dono dos cães e pediu-lhe que a deixasse levar a cadelita para casa por umas horas. Aproveitou para lhe catar as carraças, além de a alimentar. Mas na hora de entregá-la o enorme coração da Filipa desfazia-se em preocupações. Alimentá-la uma vez não era suficiente, quem cuidaria daquele ser tão pequenino e indefeso.
Entrou em conversações com o dito dono e ele mostrou-se disposto a vender a cadelita à Filipa por 100 euros. Foi nesta fase que a Filipa entrou em contacto, preocupada com o destino da cadela e sem saber o que fazer.
Ora este caso levanta questões éticas profundas, assim como apela para sentimentos muito profundos.
Ao olhar para a bichinha, sinto uma enorme vontade de salvá-la, mas…
Não concordo com a ideia de pagar 100 euros ou seja o que for a esta pessoa. É verdade que se salvaria a bichinha, mas, por outro lado, estaríamos aa dizer a essa criatura que as atitudes dele compensam a nível económico o que até o encorajaria a voltar a fazer o mesmo com outros cães.
Ao investir o mesmo dinheiro na esterilização de 2 cadelas de rua, estaríamos a impedir que, nos próximos 10 anos por exemplo, nascessem milhares de bebés cujo destino pode ser o mesmo desta pequenina.
Acho que a única maneira de lutar contra estas situações é apostar em força na esterilização de modo a podermos mudar a realidade dos animais abandonados e de rua. Enquanto a realidade de mantiver assim, apenas poderemos salvar alguns animais, um trabalho importante e urgente, mas, infelizmente, ineficaz!
Pelas razões que apresentei, sou contra a compra de animais, porque sou contra o encorajamento do negócio de animais.
Ela mora num sítio onde eu não gostaria de morar. Vive num bairro problemático, paredes meias com uma comunidade de ciganos. O problema não é serem ciganos, o problema é como alguns destes vizinhos tratam os cães. Têm muitos, estão sempre a aparecer mais; uns nascem por lá porque as fêmeas não são esterilizadas (nem há qualquer tipo de controlo de saúde), outros trazem-nos das suas viagens pelas feiras do país.
A Filipa desespera ao ver os animais mal tratados, acorrentados, sem comida… De vez em quando consegue salvar um, e é uma alegria!
Esta semana tive notícias da Filipa sobre uma cadela muito pequenina e jovem que vive acorrentada junto com dois cães maiores. Como a comida não abunda, ela nunca consegue ter acesso, visto que os cães maiores ganham prioridade devido ao tamanho.
Preocupada com esta situação, a Filipa abordou o dono dos cães e pediu-lhe que a deixasse levar a cadelita para casa por umas horas. Aproveitou para lhe catar as carraças, além de a alimentar. Mas na hora de entregá-la o enorme coração da Filipa desfazia-se em preocupações. Alimentá-la uma vez não era suficiente, quem cuidaria daquele ser tão pequenino e indefeso.
Entrou em conversações com o dito dono e ele mostrou-se disposto a vender a cadelita à Filipa por 100 euros. Foi nesta fase que a Filipa entrou em contacto, preocupada com o destino da cadela e sem saber o que fazer.
Ora este caso levanta questões éticas profundas, assim como apela para sentimentos muito profundos.
Ao olhar para a bichinha, sinto uma enorme vontade de salvá-la, mas…
Não concordo com a ideia de pagar 100 euros ou seja o que for a esta pessoa. É verdade que se salvaria a bichinha, mas, por outro lado, estaríamos aa dizer a essa criatura que as atitudes dele compensam a nível económico o que até o encorajaria a voltar a fazer o mesmo com outros cães.
Ao investir o mesmo dinheiro na esterilização de 2 cadelas de rua, estaríamos a impedir que, nos próximos 10 anos por exemplo, nascessem milhares de bebés cujo destino pode ser o mesmo desta pequenina.
Acho que a única maneira de lutar contra estas situações é apostar em força na esterilização de modo a podermos mudar a realidade dos animais abandonados e de rua. Enquanto a realidade de mantiver assim, apenas poderemos salvar alguns animais, um trabalho importante e urgente, mas, infelizmente, ineficaz!
Pelas razões que apresentei, sou contra a compra de animais, porque sou contra o encorajamento do negócio de animais.
3 comentários:
Há uns anos, vivi o mesmo dilema: nos semáforos perto do HSM, um miúdo tocava realejo, acompanhado de um cãozinho, que transportava a asa de uma pequena cesta na boca, onde as pessoas deveriam colocar as suas esmolas. Interessei-me pelo cão, pediram-me dinheiro (claro!) e não, não compro um amigo: fui escolhida pelos meus amigos e dei-lhes um lar.
Eu não dou dinheiro a pessoas que pedem com animais ou crianças para não encorajar que os utilizem, mas devo ser a única!
Às vezes, compro comida para cães e dou aos mendigos que se fazem acompanhar por cães, mas dinheiro não.
Interessei-me pelo cãozinho, para o tirar daquele circo, mas não dei nada ao "músico". Em tempos, na saída do metro que dá para a Univ.Nova, um sem-abrigo velhote tinha uma cadelinha com ele e durante anos uma colega e eu deixavamos diaria/ uma lata de comida para a menina. É pouco, mas é o que se pode ir fazendo.
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