Um caso desesperado



Acabo de receber um telefonema da Ana, ela está desesperada e não sabe o que há-de fazer…
A Ana é uma amiga dos animais que está sempre disponível para recolher animais abandonados e alimentar colónias de gatos silvestres. Tem 11 cães. Há cerca de um ano comprou uma casa no campo com um terreno de 5.000 m2 para que os cães pudessem viver em boas condições e tivessem muito espaço para correr.
Ainda antes de se mudar para a casa nova, enquanto construía as vedações e colocava as casotas para os cães, foi abordada pela vizinha que disse que “não queria lá cães”! Recebeu também uma notificação da câmara municipal informando que tinha sido apresentada queixa.
A Ana recorreu aos serviços de uma advogada e está a decorrer um pedido para a autorização dos cães no terreno. Já foi feita a vistoria e aguardar-se o parecer da Direcção Geral de Veterinária.
Entretanto, a Ana não continuou a viver numa casa alugada, receando mudar-se para o campo antes de ter a situação resolvida.
Os meses passam e a Ana começa a ter problemas na casa onde vive. O senhorio ameaçou chamar a polícia e o canil.
Em desespero, a Ana pensou que os animais estariam mais protegidos na casa do campo, que é dela e onde só podem entrar com um mandato judicial, que na casa alugada, onde o senhorio poderia facultar o acesso aos representantes da lei.
Assim, mudou-se para a casa de campo no sábado passado. Está a viver um pesadelo! Os vizinhos juntaram-se e disseram-lhe que não querem os cães por causa dos pelos e do cheiro, acusam-na de ser criadora de cães, ameaçaram envenenar os cães… A GNR já foi a casa da Ana, porque os vizinhos apresentaram queixa, e a Ana explicou que o licenciamento está a correr os tramites legais. Quando quis apresentar queixa por causa das ameaças de envenenamento, a GNR disse que não valia a pena, que nunca se poderia provar nada, que o melhor era resolver as coisas a bem…
A Ana está desesperada. Fecha os cães em casa com medo que lhes façam mal. Dá dó ver os animais fechados quando têm tanto espaço onde poderiam correr…
Eu gostaria de ajudar a Ana, mas não sei como.

5 comentários:

Isabela Figueiredo disse...

A Ana tem de meter uma providência cautelar contra os vizinhos impedindo-os de se aproximarem de sua casa. Deve contactar um advogado que a ajude a redigi-la e metê-la no tribunal, porque se houver algo contra os cães, é óbvio que se pode provar por meios diversos.
Por outro lado deve contactar as várias associações de apoio à vítima enquanto pessoa e animal. Porque colocam-se os dois casos. Ela é vítima, bem como os seus cães, da malevolência dos vizinhos, e deve saber como se defender enquanto estiver por ali. E ela precisa de alugar uma casa como a Casa do Pinhal. Talvez a pudesses ajudar nisso.

gab disse...

Talvez o problema maior (serão poucos, pela certa) da casa da Ana seja o facto de estar ainda demasiado dentro da cidade; o espaço pareceu-me óptimo, os animais pareciam bem, mas as ruas e os prédios (com muitas pessoas) ali perto deixaram-me apreensivo. A Casa do Pinhal tem vantagens evidentes neste aspecto.
O resto é mesmo muito triste e habitual também, ela que se defenda. Ou vamos lá todos fazer uma demonstração de solidariedade...

Anônimo disse...

Pois, mais uma história de lamentar e que mete tristes de espírito pelo meio. É realmente deprimente e castrador querer fazer o bem e haver pessoas tão mesquinhas que tentam travar tudo. Talvez a solução que a Isabela sugeriu seja realmente a melhor. Tentar arranjar uma outra casa. Quanto ao advogado, sem dúvida que tem que se aconselhar e bem.
Beijinhos
Inês

Doggy Palooza disse...

Contas de Vidro, eu não conheço a nova casa da Ana, mas penso que seja numa aldeia no campo...
Eu também moro numa aldeia, há mais pessoas a viver na minha rua. Que seria de mim, se os meus vizinhos me boicotassem?
Com a Ana os problemas começaram mesmo antes dela levar os cães. É muita má vontade!

Ana Alvarenga disse...

Não é má-vontade, é maldade pura e dura. A mesma ruidade que encontro nas pessoas (algumas)que me insultam por alimentar as aves, sobretudo no Inverno, que não têm nada que comer. No países nórdicos, é normal as pessoas colocarem alpista e pão nos parapeitos das janelas, porque o gelo e a neve cobrem a natural alimentação das aves...cá, algumas pessoas prefeririam perder um braço a fazê-lo. É uma grande pobreza de alma...

"Sempre que um cão sai das minhas mãos para uma nova família, desejo que o tratem tão bem, ou ainda melhor, que eu. Desejo que compreendam que o cão não entra na suas vidas para os fazer felizes, mas, inversamente, a ideia é eles fazerem feliz o cão."