O Talibocas




Adivinhem quem está de regresso à Casa do Pinhal! O Talibocas!
Estou tão contente. Estava com tantas saudades dele.
A história do Taliban, o cão do "Vietnan" (é para rimar)!
Tanto quanto sei, este cão viveu toda a vida no pátio de uma empresa em Lisboa. Alguém lhe dava comida e água e tinha uma casota só para ele. Estava a salvo dos perigos da rua, mas era tudo o que tinha.
A R., encontrou-o na empresa depois de ser atropelado. Levou-o ao veterinário onde foi tratado e ficou internado até ganhar algum peso. Felizmente, o atropelamento não tinha sido grave, mas o Talibocas tem Leishmaniose que nunca fora tratada. Estava bastante mal. Como é um velhote duro, reagiu bem à transfusão de sangue e à medicação e, quando teve alta do internamento, veio para a Casa do Pinhal.
Lembro-me da primeira vez que o vi: era um destroço de um cão. Não tinha corpo nem para receber uma festa. Tão pele e osso que até na cabeça custava acariciá-lo.


Os ossos das ancas tinham furado a pele e tinha dois grandes buracos que precisavam de tratamento diário. Atava-lhe uma gaze à volta do focinho em jeito de açaime, calçava umas luvas e fazia o penso. Mais tarde, ele conseguia tirar o penso e eu voltava a fazer.
Com o tempo o Taliban foi ficando melhor. As feridas foram fechando e só precisava de um bocadinho de pomada para desinfectar a ajudar a cicatrizar. Engordou mais de 2 kg cá em casa. Estava na hora de voltar para a empresa.
Entretanto pedi ajuda a uma amiga para encontrar uns bons donos para o Taliban. Ele revelou-se um cão muito meigo, sempre a pedir festinhas, muito apegado a mim…
Falei com a R. que me disse que ele tem estado muito triste desde que voltou para a casota dele. Assim, combinámos que ele esperaria pelos novos donos cá em casa. Estou tão contente!

Um comentário:

Morena disse...

Ah, o Talibocas, o que eu gosto deste filho da mãe veterano da guerra do Vietnam.

"Sempre que um cão sai das minhas mãos para uma nova família, desejo que o tratem tão bem, ou ainda melhor, que eu. Desejo que compreendam que o cão não entra na suas vidas para os fazer felizes, mas, inversamente, a ideia é eles fazerem feliz o cão."